O médico António Veloso relatou pela primeira vez as quase 24 horas de sequestro a que foi sujeito, desde o momento em que foi abordado por um homem armado no parque de estacionamento num supermercado de Arcos de Valdevez, até à hora em que lhe disseram "podes sair do carro".
Num relato feito por telefone à RTP, António Veloso conta que foi obrigado a ir a um multibanco fazer um levantamento, tendo perdido "alguns milhares" de euros, e que passou a noite dentro do carro "na montanha".
Da viagem no seu próprio carro com os raptores, que ainda se encontram a monte, lembra-se que faziam questão de ter uma arma sempre visível. Facto que o fez temer pela vida.
"A questão era dar um pé em falso em termos de tratamento e em termos de execução de qualquer coisa que eles me pedissem", afirmou António Veloso à televisão pública.
"Foi um pouco dramático", conta o médico, que agora se encontra em repouso junto da família.
Sobre a libertação, Veloso refere que foi fundamental a pressão exercida pelos meios de comunicação, que davam conta do rapto, mas julgou sempre que seria deixado perto de uma localidade. Tal não aconteceu e, depois da libertação, sentiu "dificuldade extrema" para conseguir ajuda.
