Sindicato apela a aumentos de salários e agravamento de penas para combater crescente criminalidade
O presidente do Sindicato Nacional de Polícia defendeu hoje a necessidade de aumentar os salários dos polícias e as penas de quem agride polícias como forma de motivar as forças de segurança contra a crescente criminalidade.
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"O Governo tem que verificar que o fenómeno da agressão aos polícias tem que ter uma alteração da moldura penal e que as condições e vencimentos da Polícia de Segurança Pública (Sinapol) não devem ser reduzidos, mas sim aumentados", afirmou à Lusa Armando Ferreira.
O apelo torna-se ainda mais urgente face a várias notícias de polícias feridos e agredidos, como a que aconteceu esta madrugada em Matosinhos, sublinhou, referindo-se a um agente que foi baleado e sofreu ferimentos múltiplos quando surpreendeu assaltantes de uma loja de bicicletas.
"Acho lamentável que continue a haver todos os dias polícias feridos e que o Estado português não verifique que, ao cortar subsídios, ao não reposicionar [os vencimentos] dos polícias, só está a agravar a situação", alegou o sindicalista.
Para Armando Ferreira, é preciso que a polícia esteja "bem preparada, bem financiada e com moral elevada" para que possa combater "com toda a eficácia" o aumento esperado da criminalidade em 2012.
Sublinhando que já nem pede a criação do subsídio de risco -- "porque é uma promessa tão antiga que vai ser eterna" -, o presidente do Sinapol alertou contra os cortes já planeados.
"Por exemplo, está previsto que, em 2012, o suplemento de serviço em forças de segurança - que é o subsídio principal e faz com que os ordenados dos polícias não sejam tão miseráveis - seja aumentado de 18 por cento do vencimento (e recordo que o vencimento de um polícia em início de carreira é de 751 euros) para 20 por cento.
Contudo, o Governo já decidiu e comunicou aos sindicatos que não", disse, acrescentando que também o subsídio da unidade especial de polícia "está para ser cortado", uma situação que o sindicalista considera dever ser analisada com cuidado "numa altura em que a criminalidade e a revolta em Portugal vão agudizar-se.
"Depois, directa ou indirectamente, esses cortes têm um resultado na segurança", concluiu.