<p>Do presumível estratagema montado para convencer os interessados nos empregos no estrangeiro a desembolsar quantias para um processo "burocrático", fazia parte a exigência de contratação de "seguro de acidentes de trabalho" e realização obrigatória de "exames médicos".</p>
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Testemunhos recolhidos pela PJ dão conta de que, em vários casos, as mulheres suspeitas chegaram ao ponto de encenar a própria realização de exames médicos. Para tal, uma delas - a solicitadora - terá surgido "fardada" como médica aos olhos de vários dos interessados, conseguindo enganá-los.
A "efectiva" realização de exame médico serviu para conferir ainda mais credibilidade às falsas ofertas de trabalho em Angola, França, Suíça, Bélgica, Canadá ou Argélia, onde os empregadores não queriam correr o risco de acolher pessoas com problemas de saúde, sendo, nessa eventualidade, obrigados a dar os contratos de trabalho como sem efeito.
Além de reforçar os indícios de burla, a actuação como médica, sem título legal, pode configurar crime de usurpação de funções.
Ontem, à saída do interrogatório no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, as arguidas - que saíram em liberdade - e os seus advogados mostraram-se incomodados com o trabalho de repórteres-fotográficos.