Rose Marie Cruz, a emigrante portuguesa, residente em França, que escondeu durante dois anos a filha bebé na mala do carro, mostra-se arrependida e aceita qualquer castigo que tiver que cumprir. Numa entrevista à televisão francesa TF1, confessou que "ao meter a criança no carro sabia que ia ser apanhada", sem, no entanto, explicar qual a razão de o ter feito.
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A mãe de Serena e de outras três crianças falou, pela primeira vez, em casa, onde está em liberdade condicionada, com obrigatoriedade de apresentações periódicas às autoridades. O caso, que o JN revelou em primeira mão, segue em tribunal e pode vir a condenar a emigrante a uma pena até dez anos de prisão. "Mereço uma punição e aceito-a", confessou Marie Rose à televisão francesa.
Enquanto aguarda a decisão judicial, a mãe de Serena tem acompanhado o estado de saúde da menina. Desde que, há uma semana, foi descoberta na mala do carro, a criança está entregue aos cuidados do hospital, onde recupera lentamente (ler texto ao lado). "Rezo mesmo para que ela esteja bem", confidenciou a mãe.
Segundo Chassagne-Delpech, advogada da portuguesa, um dos argumentos que usará na sua defesa prende-se com o facto "de ela só ter descoberto no dia do parto que tinha uma criança dentro de si".
Tal como o JN publicou em primeira mão, o caso foi descoberto no passado dia 25, quando a mulher levou a carrinha Peugeot 307 a uma oficina para reparar um problema elétrico. Os funcionários ouviram o que pareciam gemidos provenientes da mala. Foi, então, que encontraram a bebé nua, pálida, deitada em cima de sacos de lixo, ao lado de uma alcofa. Domingos Alves, o pai da criança, nada sabia dela.