Uma equipa de cientistas russos alega ter descoberto novas formas de vida sob o gelo da Antártida. Depois de mais de uma década de perfuração, os investigadores conseguiram recolher amostras de um lago intocado há, pelo menos, 14 milhões de anos.
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O estudo, publicado na revista "Plos One", regista a existência de cerca de 3500 novas formas de vida no lago Vostok, na Antártida.
A equipa recolheu amostras de água do lago e descobriu seres miscroscópios, na sua maioria bactérias, semelhantes aos encontrados em lagos e oceanos.
"Após excluir todos os elementos de contaminação, foi encontrado ADN de uma bactéria que não coíncide com as espécies registadas nas bases de dados internacionais", explica Sergei Bulat, cientista russo, do laboratório de genética do Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo.
"Quando tentámos identificar o ADN, não coincidiu com o de nenhuma espécie conhecida. O grau de semelhança foi sempre inferior a 86%, o que é praticamente zero. Um nível de 90% diz-nos que o organismo é desconhecido", esclareceu.
Bulat acrescenta que se as bactérias "tivessem sido encontradas em Marte, então estaríamos perante vida em Marte".
O Lago Vostok é o sétimo maior lago do mundo e o quarto mais profundo. A grande camada de gelo (cerca de 4km de grossura) bloqueia a luz solar e cria "uma grande pressão sobre a àgua". Para além disso, situa-se numa zona com as temperaturas mais baixas, a rondar os 89 graus negativos.
A exploração de lugares inóspitos como o Vostok poderá fornecer mais pistas aos cientistas sobre a evolução da Terra. Além disso, é posível perceber se existe vida noutros corpos do sistema solar.
Apesar dos resultados, Bulat explicou que os cientistas aguardam mais amostras do lago para confirmar a descoberta.