O inglês no âmbito das atividades de enriquecimento curricular foi oferecido, este ano letivo, aos alunos do 1.º e 2.º ano de escolaridade em cerca de 80% das escolas públicas, segundo dados preliminares divulgados pelo Ministério da Educação.
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Segundo os dados da Direção Geral de Estatística da Educação e Ciência (DGEEC), num total de 3946 escolas públicas que responderam ao inquérito relativo às atividades de enriquecimento curricular (AEC), os alunos do 1.º e 2.º anos têm inglês extracurricular em 81,1% das escolas da rede pública, ou seja, 3146 estabelecimentos.
Já os do 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo de escolaridade podem frequentar inglês nas AEC em 90,5% dos estabelecimentos, ou seja, 3539 escolas.
Na perspetiva dos alunos, os dados indicam que 70,6% das crianças matriculadas no 1.º ou 2.º anos de escolaridade estão abrangidas pelo ensino da língua inglesa no âmbito das AEC, o que se traduz num total de 121706 alunos.
Já a percentagem de alunos do 3.º e 4.º anos a frequentar inglês no âmbito extracurricular é de 80,8%, num total de 141967 crianças.
Escolas com mais autonomia para decidir
"Para analisar os dados agora apresentados, é preciso ter em conta as alterações implementadas no currículo dos alunos do 1.º ciclo, designadamente a introdução no currículo do Apoio ao Estudo e Oferta Complementar, que pode incluir, entre outras possibilidades, o ensino de Inglês e o desenvolvimento de projetos como o do ensino bilingue ou do mandarim nalgumas escolas", sublinhou o Ministério da Educação, em comunicado.
O mesmo documento acrescenta que "essas alterações permitiram, simultaneamente, o reforço e a autonomia de gestão da componente curricular", que por sua vez teve um "impacto direto na organização das atividades facultativas das AEC".
"Houve uma transferência da responsabilidade de promoção dessas atividades, que em muitos casos passaram a ser desenvolvidas diretamente pelas escolas. Essa transferência foi acompanhada por uma maior autonomia das escolas na seleção das atividades que seriam oferecidas, para além de uma melhor utilização dos seus recursos", defendeu o Ministério.
O Ministério sublinha ainda que é preciso ter em conta a alteração do modelo das AEC, que agora podem ter entre quatro a seis horas semanais de atividades, por escola.
"Assim, apesar de ter sido mantida a diversidade de ofertas, os encarregados de educação na prática passaram a selecionar três atividades para frequência pelo seu educando. Este facto tem uma tradução estatística que se reflete num padrão de distribuição dos alunos pelas AEC que não permite comparações diretas com a procura de cada atividade nos anos letivos precedentes", conclui o comunicado do ministério.
Ainda assim, os dados permitem perceber que numa perspetiva regional são as escolas do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo que mais apostam no ensino da língua inglesa nas AEC no 1.º e 2.º anos do 1.º ciclo, com mais de 80% de estabelecimentos a disponibilizarem o inglês na sua oferta. São também estas as duas regiões com mais alunos destes anos a frequentar o inglês nas AEC.
No 3.º e 4.º anos a quase totalidade dos estabelecimentos oferece inglês nas AEC, mas é no Norte, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo que se encontram percentagens mais elevadas de alunos abrangidos.
Quanto a outras atividades, o ensino da música está presente em pouco mais de metade das escolas da rede pública (52,6%) e abrange apenas 41,3% dos alunos do 1.º ciclo.
A atividade desportiva é oferecida em quase 90% das escolas e frequentada por 78,3% dos alunos.
As atividades lúdico-expressivas são oferecidas em AEC por 57,7% das escolas e abrangem 66% das crianças do 1.º ciclo.
Há ainda 46% das escolas que disponibilizam apoio à família, abarcando 81132 alunos dos quatro primeiros anos de escolaridade.