O Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados está indignado com a forma como a comunicação social tem divulgado um vídeo que mostra uma rapariga a ser agredida por outras duas e diz estar à disposição da vítima.
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Em comunicado, o Conselho Distrital (CD) da Ordem dos Advogados (OA) refere que "está a ser objecto de ampla divulgação nos meios de comunicação social um vídeo cujo conteúdo é brutal e profundamente chocante a diversos níveis" e aponta o dedo aos órgãos informativos pela forma como o têm divulgado.
O vídeo, que já foi retirado da página do Facebook, mostra duas jovens a agredirem uma terceira à chapada e ao pontapé perante a passividade de outros adolescentes.
A vítima chega mesmo a ser deitada ao chão e aí são-lhe dados pontapés em várias partes do corpo, incluindo na cabeça.
"A divulgação, pública e reiterada, pela comunicação social, de uma filmagem em que uma menor é brutalmente espancada por duas outras perante a passividade - e até o incitamento - dos restantes circunstantes é merecedora de um indignado comentário do Conselho Distrital da Ordem dos Advogados por ser atentatória dos Direitos Humanos", lê-se no comunicado.
Na opinião do CD de Lisboa, se, por um lado, o acontecimento em si poderia ter sido noticiado "numa ótica de pedagogia", por outro, "o sensacionalismo a ela associado poderia e deveria ser evitado".
"Desde logo para proteção à própria vítima, já suficientemente maltratada e humilhada, física e psicologicamente", justifica o CD.
O Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados diz estar à disposição da vítima para "a acompanhar em tudo aquilo que possa necessitar para que lhe seja feita justiça" e estranha que a Procuradoria-Geral da República tenha dito não ter meios para investigar este tipo de casos.