O ministro da Defesa Nacional recusou, este sábado, reabrir o debate em torno da privatização da RTP, decidida desde a eleição do atual Governo, e garantiu que o anúncio do modelo escolhido será feito "na hora certa pelo ministro da tutela".
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"Não aceito que se vá agora enviesar uma discussão para saber se se deve ou não privatizar a RTP, que é o que vejo no debate público. Essa linha de orientação estratégica foi apresentada aos portugueses no programa de Governo apresentado nas eleições, os portugueses disseram 'sim' e este Governo, têm que se habituar, cumpre as promessas que faz", afirmou José Pedro Aguiar Branco à margem da inauguração oficial da 39.ª edição da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.
Garantindo que haverá "seguramente privatização da RTP" e sustentando haver "muitos exemplos no próprio país" de que "o serviço público pode ser exercido por uma empresa que não seja pública", o ministro assegurou que o modelo de privatização da televisão pública "será anunciado, no momento certo, pelo ministro responsável da tutela".
"Esse debate não pode é ser enviesado agora para se saber se deve ou não deve haver a privatização, porque a privatização foi sufragada pelos portugueses no ato eleitoral, ao darem a maioria ao atual Governo", sustentou.
Aguiar Branco reagia à entrevista, quinta-feira, na TVI, do economista e consultor do Governo António Borges, em que este avançou a possibilidade de concessionar a RTP1 a investidores privados, que considerou "muito atraente", e disse que provavelmente a RTP2 iria fechar, embora tenha assegurado que nada está ainda acordado sobre o futuro da empresa.
Para o ministro da Defesa, esta posição não foi "nenhum anúncio do Governo em relação a esta matéria", mas apenas "uma afirmação" e uma "opinião" de António Borges, sendo que "a apresentação do modelo [de privatização da RTP] será feito por quem de direito".
"O que é indiscutível é que todas as privatizações que aconteceram em Portugal, e seguramente não vai ser diferente neste caso, são apresentadas pelo Governo e pelos membros do Governo que tutelam as respetivas pastas", assegurou.