Em Almada, o combate às alterações climáticas começou em 2001. Até 2010, o município prevê emitir menos 27 e 800 toneladas de CO2 para a atmosfera e aquecer as águas para duches e piscinas com energia solar.
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Ciclovias, veículos híbridos, viaturas 100% eléctricas ou painéis solares para aquecimento de águas. Tudo tem sido válido em Almada para combater as alterações climáticas. Percorrido actualmente pelo metro Sul do Tejo, um comboio amigo do ambiente, este município é pioneiro em Portugal na implementação de medidas nesta área. Tem até uma parcela do orçamento anual para esse fim.
O plano de actuação, que tem por base a Agenda 21 Local, começou a ser delineado logo em 2001, quando foi elaborada a primeira matriz energética local de todo o país. "Nesse inventário conseguimos perceber aquilo que eram os sectores que consomem mais energia e por consequência emitem mais toneladas de CO2 equivalente", salienta Catarina Freitas, directora do Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável.
Edifícios e transportes são as áreas de intervenção prioritárias da estratégia local para as alterações climáticas no município de Almada, que prevê que até 2010 sejam emitidas menos 27 mil e 800 toneladas de CO2 para a atmosfera. O documento refere que "o consumo total evitado pelas medidas propostas representa cerca de 5% do consumo projectado para 2010".
O programa Almada Solar é um dos mais ambiciosos. "Prevê que 100% das nossas necessidades em águas quentes para duches, piscinas ou tanques sejam satisfeitas através de energia solar", especifica Catarina Freitas, anunciando que Almada já é também um micro produtor de energia eléctrica.
Segundo a presidente da autarquia, Maria Emília de Sousa, o investimento nesta área é inqualificável. "O resultado é bem maior. É muito difícil medir o custo - benefício, porque todos os serviços municipais contribuem para este combate sério às alterações climáticas", avançou, ao JN.
O plano plurianual de investimentos inclui uma verba para protecção do meio ambiente e conservação, que em 2009 ascende a 4,8 milhões de euros. "Temos uma fórmula que nos permite calcular o volume de CO2 equivalente provocado pelas nossas actividades. Depois transformamos isso em euros para comprar painéis solares ou lâmpadas eficientes", explica a edil, que assinou o Pacto dos Autarcas, que visa reduzir até 2020 20% dos gases com efeito de estufa e aumentar em 20% a eficiência energética.
Almada foi a primeira autarquia do país a substituir veículos da frota municipal movidos a combustíveis fósseis por automóveis híbridos. Em 2008, adquiriu os dois primeiros autocarros de turismo amigos do ambiente. Além disso, o primeiro regulamento urbanístico municipal com regras específicas para promover a eficiência dos edifícios é também de Almada.
"Em termos internacionais somos de facto reconhecidos como um concelho de vanguarda a nível das climáticas", regozija-se a autarca, recordando que a Agenda Local 21 ainda não está terminada.