Um aluno da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto foi, esta quarta-feira, premiado pela Fundação Bial por uma investigação sobre biomarcadores presentes na síndrome da bexiga hiperativa. O estudo pode auxiliar no diagnóstico do doente e na sua monitorização.
Corpo do artigo
Tiago Lopes, 32 anos, aluno do sexto ano de Urologia, recebeu o Prémio Internato Médico 2013, no valor de cinco mil euros, pelo trabalho junto de doentes com síndrome da bexiga hiperativa, um "complexo de sintomas que se caracteriza por urgência miccional e que pode ser ou não acompanhado de incontinência urinária".
O investigador procurou, ao longo de dois anos, "encontrar biomarcadores - proteínas na urina - que pudessem estar aumentados em pessoas com esta doença (...) e se a variação dos sintomas acompanha a variação dos níveis dessas proteínas".
O aluno e a sua equipa mediram os níveis de duas proteínas (NGF, Fator de Crescimento Nervoso e BDNF, Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro) nos doentes com bexiga hiperativa.
"Chegamos à conclusão que o BDNF, que nunca tinha sido estudado, (...) está muito aumentado nos doentes com síndrome de bexiga hiperativa", explicou Tiago Lopes.
A recente descoberta pode ser usada "em termos de diagnóstico quando esse não é fácil".
Os biomarcadores podem, ainda, servir para a monitorização de doentes, avaliação de eficácia da terapêutica e investigação de novos tratamentos.
A síndrome da bexiga hiperativa é uma doença "muito prevalente", com "impacto grande na qualidade de vida" e afeta "cerca de 10% a 15% da população", podendo chegar até aos 40% nos idosos.
Os resultados preliminares do estudo foram premiados em 2011, no Congresso Europeu da Associação Europeia de Urologia, onde o trabalho de Tiago Lopes foi eleito "melhor abstract da área \não oncológica da urologia".