Três concelhos em redor do Porto registaram, ao início da tarde deste domingo, valores de poluição do ar por ozono acima do limiar de informação à população, anunciou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
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Em comunicado enviado à agência Lusa, a directora de Serviços de Ambiente da CCDR-N, Paula Pinto, refere que foram detectados entre as 13 horas e as 14 horas valores de ozono acima dos 180 microgramas por metro cúbico nas estações de Vermoim (Maia), Ermesinde (Valongo) e Avintes (Gaia).
"Durante o período de ultrapassagem do limiar de informação à população, as pessoas mais sensíveis (crianças, idosos, asmáticos e indivíduos com problemas respiratórios) devem evitar inalar uma grande quantidade de ar poluído, especialmente durante o período mais quente (durante a tarde)", recomenda Paula Pinto.
Pelo mesmo motivo, deve ser reduzida "ao mínimo" a actividade física intensa ao ar livre e devem ser evitados outros factores de risco, "como o fumo do tabaco e a utilização de produtos irritantes contendo solventes na sua composição, uma vez que estes podem agravar os efeitos da exposição a concentrações elevadas de ozono".
A responsável lembra aos grupos de população particularmente vulneráveis a este tipo de poluição que "devem também respeitar escrupulosamente os tratamentos médicos em curso ou recorrer a cuidados médicos, em caso de agravamento de eventuais sintomas".
A CCDR-N detectou sábado outra ultrapassagem do limiar de informação de concentração de ozono, na estação de Lamas d'Olo, Vila Real, que chegou a atingir os 218 microgramas por metro cúbico (o limiar de alerta é de 240 microgramas) entre as 18 horas e as 19 horas.
Os níveis de ozono em Lamas d'Olo foram baixando ao longo da noite, regressando abaixo dos 180 microgramas entre as zero horas e a uma da manhã deste domingo. "O ozono troposférico é um poluente secundário, o que significa que, ao contrário dos outros poluentes monitorizados na Rede de Qualidade do Ar da Região Norte, não é emitido diretamente por nenhuma fonte, resultando da reação de outros poluentes entre si na atmosfera (como CO, NOx e COV) em presença da radiação solar", explica Paula Pinto. A diretora acrescenta que "os valores mais elevados deste poluente ocorrem geralmente no verão, durante o período da tarde, coincidindo com a máxima atividade fotoquímica", podendo resultar do "transporte de emissões produzidas em locais a uma média/longa distância".