Associações de bombeiros já despediram funcionários por não conseguirem manter transporte de doentes
O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, António Carvalho, disse, esta quinta-feira, que várias associações de bombeiros já despediram funcionários porque não conseguem manter o serviço de transporte de doentes.
Corpo do artigo
As várias associações de bombeiros do distrito de Lisboa estiveram reunidas esta noite em Vila Franca de Xira, para avaliar a situação financeira das várias corporações dos 16 concelhos do distrito.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, António Carvalho, disse que no primeiro trimestre deste ano as associações tiveram uma quebra de 40 por cento de receitas face a 2011.
O responsável avançou que essa quebra se deve à diminuição do número de serviços de transporte de doentes não urgentes "que já não é sustentável financeiramente", uma vez que desde o início do ano o Ministério da Saúde deliberou uma redução dos valores pagos às associações por este serviço.
"Várias associações estão a começar a encostar os carros e a despedir ou a reconduzir funcionários para outro tipo de atividades como o socorro. Não há dinheiro para sustentar este serviço. Tem um custo muito acrescido em relação às receitas", disse.
António Carvalho adiantou que os despedimentos ocorreram nos concelhos de Cascais, Sintra, Azambuja e Vila Franca de Xira.
"Trata-se de despedimentos ou da não renovação de contratos. As associações estão a cortar no que menos está a mexer com o socorro mas, a curto prazo, isso vai ter impacto nessa área", afirmou.
Em março, o Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros chegaram a acordo em relação ao transporte de doentes, depois de acertarem o aumento de três cêntimos no preço a pagar por cada quilómetro, que passa para 51 cêntimos e o aumento do preço da taxa de saída de ambulâncias de 7,5 para 10 euros.
António Carvalho disse à Lusa que as associações de bombeiros do distrito de Lisboa rejeitam este acordo e que vão aguardar uma nova solução para o serviço de transportes de doentes que, se não for encontrada, poderá levar as associações a suspender definitivamente o serviço.