Autarca diz que Administração Regional de Saúde deve "desmentir" já o encerramento em Valongo
O presidente da Câmara de Valongo defendeu, esta quarta-feira, que a Administração Regional de Saúde do Norte deve "desmentir" já o eventual encerramento do serviço de urgência local, uma vez que "essa possibilidade nunca foi colocada".
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"Não acredito que esteja a ser equacionada essa possibilidade", afirmou, em declarações à Lusa, João Paulo Baltazar.
Segundo o autarca de Valongo, "desde fevereiro que a ARS do Norte tem nas mãos" o estudo da Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência, que prevê o encerramento do serviço de urgência de Valongo e de outros 15 serviços classificados enquanto tal num despacho de 2008 e "nunca essa possibilidade esteve em cima da mesa".
João Paulo Baltazar explicou que, desde então, já reuniu por duas vezes com a ARS e com o conselho de administração do Centro Hospitalar de S. João, que integra o Hospital de Valongo, e o encerramento não foi equacionado.
"Não admito sequer outra coisa [senão a continuação da urgência]. Não imagino que a ARS tivesse o estudo, ponderasse esse encerramento e nas reuniões que foi tendo não tenha colocado essa possibilidade em cima da mesa", disse.
João Paulo Baltazar considerou "fundamental" que a ARS esclareça já a situação, adiantando "publicamente qual das recomendações do estudo vai aplicar".
"Numa altura em que o fantasma dos encerramentos paira sobre tudo e sobre todos, é necessário que a população tenha essa segurança", disse, concluindo que "esta é uma questão muito cara para toda a gente".
Além de Valongo, a lista da Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência prevê o encerramento dos serviços de urgência em Oliveira de Azeméis, Idanha-a-Nova, Tomar, Montemor-o-Novo, Estremoz, Serpa, Lagos, Loulé, Macedo de Cavaleiros, Fafe, Santo Tirso, Peniche, Agualva-Cacém, Montijo e Lisboa (Hospital Curry Cabral, cujo encerramento já se efetivou).
Na proposta entregue ao ministro Paulo Macedo, que foi finalizada em fevereiro, mas só agora divulgada, sugere-se também a redução de valências de algumas urgências.
Assim, pelas contas desta comissão, ficam a funcionar como urgência 73 pontos no país: 10 urgências polivalentes (as mais completas), 29 de urgência médico-cirurgica e 34 de urgência básica.