A deputada do Bloco de Esquerda, Cecília Honório, disse, esta quarta-feira no Parlamento, ter sido informada que a RTP vai despedir 300 trabalhadores, notícia confirmada à Lusa pelos sindicatos da RTP e pela Comissão de Trabalhadores da empresa.
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"O presidente do Conselho de Administração da RTP, Alberto da Ponte, anunciou ontem [terça-feira] o despedimento de 300 trabalhadores", afirmou Cecília Honório, na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, onde decorre uma audição do ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional.
Miguel Poiares Maduro disse "não ter qualquer conhecimento" desse despedimento.
Fonte sindical, contactada pela Lusa, esclareceu que o presidente do conselho de Administração anunciou a "passagem de 300 trabalhadores para uma empresa de produção de conteúdos audiovisuais, que competirá no mercado, e posteriormente será alienada".
"Na prática isso corresponde a um despedimento", afirmou a mesma fonte.
"Essa empresa irá receber os meios humanos e técnicos mas terá apenas um cliente: a RTP", pelo que "está condenada desde o primeiro dia do seu nascimento, como aconteceu com a Focus", acrescentou a mesma fonte.
O conselho de administração da RTP revelou na terça-feira, perante os sindicatos representados na empresa, o objetivo de "fixar os custos da empresa com recursos humanos nos 55 milhões de euros", indicou a mesma fonte.
Esta quarta-feira, no Parlamento, onde está a apresentar a proposta do Governo para o novo contrato de concessão de serviço público da rádio e televisão, Miguel Poiares Maduro reconheceu que a RTP terá que "reduzir recursos humanos", no âmbito do "esforço de ajustamento orçamental progressivo" quem tem vindo a ser feito pela empresa.
"Os recursos humanos vão ter que diminuir, mas isso não será feito de forma a ter um impacto neste contrato de serviço público", disse.
O ministro reconheceu ainda a necessidade de a RTP recorrer à "externalização" de serviços.