<p>Bento XVI aceitou ontem, sexta-feira, a resignação do bispo de Bruges (Bélgica), que admitiu ter "abusado de um jovem" familiar há vários anos, anunciou o Vaticano.</p>
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O Papa "aceitou a renúncia à administração pastoral da diocese de Bruges, apresentado por Monsenhor Roger Joseph Vangheluwe, em conformidade com o artigo 401, parágrafo 2, do Código de Direito Canónico", indica um comunicado do Vaticano.
Esta disposição diz respeito à renúncia por "doença" ou "outras razões graves", não especificadas, antes da idade legal de 74 anos.
"Quando ainda não era bispo mas também durante algum tempo depois, abusei sexualmente de um jovem da minha família. A vítima ainda hoje sofre", disse Vangheluwe, de 74 anos, numa declaração lida pelo líder da Igreja Católica belga, arcebispo André Léonard.
O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa que juntou o arcebispo Léonard, o bispo de Tournai, Guy Harpigny, responsável pela comissão que trata das queixas de abusos sexuais envolvendo prelados, e ainda o presidente da comissão, o pedopsiquiatra Peter Adriaenssens.
Léonard referiu ainda que o caso é um golpe para a comunidade católica belga: "Estamos conscientes que vai originar uma crise de confiança em muitas pessoas".
Vangheluwe era bispo de Bruges há 25 anos. É o primeiro bispo que renuncia por ter ele próprio cometido abusos sexuais sobre menores, desde a vaga de escândalos de pedofilia que abala a Igreja católica desde Novembro de 2009, afectando o próprio Papa.