A Venezuela renovou na terça-feira o Acordo de Cooperação Económica e Energética, assinado em Maio de 2008 com Portugal, que prevê que Caracas abasteça petróleo a Lisboa e que originou a criação do Fundo Binacional Petrolífero.
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O acordo foi assinado pelo vice-ministro venezuelano de hidrocarbonetos do Ministério de Energia e Petróleo, Iván Orellana, e Mário Lobos, diretor geral de actividades económicas do Ministério de Economia de Portugal numa sessão presidida pelo ministro luso dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas e o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro.
Segundo fontes diplomáticas o Fundo Binacional Petrolífero financia as exportações portuguesas de diversas áreas, nomeadamente a de produtos alimentares.
A renovação da cooperação petrolífera faz parte dos 13 acordos assinados esta terça-feira, entre eles um memorando de entendimento entre a empresa Bolivariana de Portos e a empresa Administração de Portos de Douro Leixões de Portugal, que adiciona a formação de pessoal e transferência de conhecimentos como complemento de um projecto em curso de consórcio português liderado pela Teixeira Duarte para a ampliação e modernização do Porto de La Guaira (norte de Caracas).
Por outro lado o ministério venezuelano de Ciência, Tecnologia e Indústrias Intermédias assinou uma ata compromisso com a Teixeira Duarte para a construção de uma fábrica de computadores portáteis Canaima (nome local dos Magalhães).
Um outro acordo assinado entre o mesmo ministério e a empresa Youtsu prevê a aquisição de 180 mil peças e partes para a fábrica de computadores e de 450 mil computadores a serem distribuídos por alunos do 5º ano de escolaridade, elevando para dois milhões o número de portáteis comprados pela Venezuela.
A Governação do Estado de Bolívar (sudeste de Caracas) e a empresa Metalcértima acordaram criar uma segunda linha de fabrico de materiais para a construção civil, nomeadamente blocos de argila, aumentando a produção diária de 248 para 496 toneladas. O mesmo projecto será repetido no Estado de Falcón (nordoeste de Caracas) com a construção de uma fábrica com uma linha de produção de 248 toneladas diárias.
Por outro lado O ministro venezuelano de Turismo, Alejandro Fleming e a portuguesa Brifur assinaram uma ata de compromisso para o abastecimento de mobiliário e equipamento para os hotéis administrados pela venezuelana Venetour e a reactivação de hotéis mantendo o seu carácter histórico.
Pdvsa-Gas, filial da estatal Petróleos da Venezuela e a empresa portuguesa Domingos da Silva Teixeira Visabela comprometeram-se a desenvolver um projecto de engenharia para o abastecimento de gás directo em Cumaná (leste de Caracas).
A venezuelana Corpoelec e Eletricidade Industrial Portuguesa vão desenvolver conjuntamente uma linha de transmissão de 400 KVA com 98 quilómetros de longitude e a ampliação de uma subestação.
Por outro lado, a Corpoelec negociou com a Efacec a aquisição e instalação de subestações eléctricas móveis de diferentes dimensões e com Cabelteara o abastecimento de 240 mil metros de cabo pré-ensamblado.
Os acordos prevêem ainda que a Yans envie para Caracas 140 mil contadores de energia com os seus acessórios fazendo a respectiva instalação. Estes contadores têm a característica de permitir fazer o controlo do consumo eléctrico à distância.
Caracas e Lisboa avançam ainda na última fase de detalhes de um acordo para a construção de uma fábrica de antibióticos.