O diretor de programas da RTP1, Hugo Andrade, afirmou esta terça-feira que nada fazia prever o cenário de concessão a privados que atualmente está em cima da mesa para a empresa, acreditando que este "não vai vingar".
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"Acredito de boa-fé que não será o cenário que vai vingar. Poderá ter algumas vantagens financeiras, mas não as encontro onde", disse Hugo Andrade em entrevista concedida à RDP Internacional.
Para o responsável, "nada indicava que fosse necessário recorrer a outro projeto" para lá do já acordado entre a empresa e a tutela, nomeadamente o Plano de Sustentabilidade Económica e Financeira (PSEF), aprovado no final de 2011.
O consultor do Governo António Borges considerou na semana passada, em entrevista à TVI, que a possibilidade de concessionar a RTP1 a investidores privados era um cenário "muito atraente", assegurando contudo que nada estava ainda decidido sobre o futuro da empresa.
A RTP2 irá "muito provavelmente" fechar, independentemente do cenário a adotar para o futuro da empresa, em razão do seu avultado custo, para reduzidas audiências, prosseguiu o consultor do executivo, na entrevista à TVI.
Na segunda-feira a administração da RTP disse que manifestou em "tempo oportuno" junto do Governo a sua discordância perante o cenário de uma concessão a um privado da empresa, como anunciado na semana passada.
"O Conselho de Administração da RTP considera descabido do ponto de vista institucional a divulgação pública de opiniões favoráveis a um dos cenários ainda em análise, sentindo-se por isso obrigado a divulgar publicamente que manifestou, em tempo oportuno, a sua discordância relativamente a este cenário", aponta o órgão presidido por Guilherme Costa em nota divulgada à imprensa.
Diversos constitucionalistas têm questionado a eventual inconstitucionalidade da medida preconizada por António Borges.