Centenas de professores concentraram-se, esta quinta-feira, frente à Assembleia da República para exigirem o fim da prova de conhecimentos que consideram ser "humilhante" para a classe.
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Enquanto os professores protestavam na rua, os deputados discutiam em plenário duas petições destinadas a anular a prova de conhecimentos exigida a todos os docentes contratados que queiram dar aulas e tenham menos de cinco anos de serviço.
João Louceiro, do secretariado nacional da Fenprof, disse à agência Lusa que os deputados "têm nas suas mãos o poder de acabar com esta humilhante e bárbara prova de conhecimentos".
"Esta prova é um ataque ao sistema educativo", adiantou o dirigente da Fenprof, estrutura sindical que entregou uma das petições, com mais de 22 mil assinaturas.
Na concentração em frente à Assembleia da República estiveram professores de várias regiões do país, muito deles sujeitos à prova e outros já dispensados. É o caso de Ana Carmo, professora do 1.º ciclo do Ensino Básico em Abrantes, que já está nos quadros, mas participa no protesto para manifestar solidariedade com os colegas da profissão.
Ana do Carmo disse à agência Lusa que a profissão de professor está posta em causa", bem como o ensino público e o futuro dos alunos.
A docente disse ainda ser contra a realização desta prova de conhecimentos, apesar de estar dispensada de a fazer, considerando que a profissão de docente tem que ser "dignificada".
A professora Elisabete Mendes, presente no local, vai ter que realizar a prova porque, segundo disse, o seu tempo de serviço não chega aos cinco anos apesar de já ser docente há oito.
"Acho uma prova injusta. Veio discriminar os professores", disse, sublinhando que ainda não percebeu quais os critérios para a sua realização.
Empunhando vários cartazes, como "Juntos contra a Prova", "Todos os Professores, Todos Iguais", e "Quem não tem os requisitos mínimos são os governantes. Já o provaram, estão chumbados", os professores gritam "Crato Rua, a Escola não é tua", "demissão" e "mais um empurrão e o Crato vai ao chão".
Alguns professores exibem ainda bandeiras negras e também dos sindicatos a que pertencem. Outros estão vestidos com a capa negra de estudantes que, segundo dizem, representa a habilitação superior que possuem para ensinar.