As previsões de céu nublado, para esta sexta-feira à noite, em Portugal, dificilmente deixarão visualizar o grande asteroide que passa perto da Terra. A NASA diz que se trata do maior corpo alguma vez detetado a passar tão perto do nosso planeta.
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As possibilidades de observação "são ínfimas", declarou à agência Lusa o diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho.
Para o corpo celeste poder ser observado, o céu tem de estar limpo e muito escuro. As previsões meteorológicas apontam, no entanto, para céu pouco nublado, com nuvens altas, no continente e nublado nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
Por causa do tempo, o Observatório Astronómico de Lisboa preparou apenas uma palestra sobre asteroides, admitindo a possibilidade de realizar observações da Lua e de Júpiter, se houver céu em condições.
O asteroide, um corpo metálico e rochoso, sem risco de colisão com a Terra, resume-se no céu a um pequeno ponto de luz, não obstante as suas generosas dimensões: 45 metros de diâmetro e 135 mil toneladas de peso. O ponto de luz - refletida do Sol - distingue-se das estrelas por estar em movimento, mas não deixa de ser difuso, o que dificulta a sua visualização.
Chamado de 2012 DA 14, o asteroide foi descoberto, em Espanha, a 23 de fevereiro do ano passado. A agência espacial norte-americana NASA publicou uma sequência animada, a preto e branco, constituída por três imagens, nas quais se consegue ver o percurso do asteroide, quando este se encontra ainda a 748 mil quilómetros da Terra.
A sequência é da autoria dos astrónomos do observatório italiano de Remanzacco, a partir de imagens capturadas através de controlo remoto pelo telescópio Faulkes South, localizado em Siding Springs, na Austrália.
A sua passagem perto da Terra inicia-se, pelas 19.30 horas (hora de Portugal continental), na direção da Constelação de Virgem, e termina, às 02.00 horas de sábado, próximo da Estrela Polar, segundo o Centro Ciência Viva (CCV) de Constância/Parque de Astronomia, que tem o maior telescópio público de Portugal.
O corpo celeste passa perto do "planeta azul" a uma velocidade de oito quilómetros por segundo e a uma distância de cerca de 28 mil quilómetros, um décimo da distância entre a Terra e a Lua.
Em locais amplos e planos, e sob céu limpo e muito escuro, o asteroide pode ser visto com uns binóculos de observação de aves, presos a um tripé, ou com um telescópio amador, preferencialmente motorizado, que acompanha melhor o seu movimento, de acordo com o CCV de Constância, que hoje está, excecionalmente, aberto às 20.30 horas, na tentativa de o público ver o asteroide.
A NASA, a agência espacial norte-americana, anunciou há uma semana que se trata do maior corpo alguma vez detetado a passar tão perto da Terra, mas sem risco de colisão com o "planeta azul".