Os cerca de 3600 incêndios florestais que deflagraram este ano consumiram mais de 3800 hectares de floresta, representando valores "substancialmente inferiores" às médias mensais da última década, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Corpo do artigo
"Comparando os valores do ano corrente com o histórico dos últimos dez anos, destaca-se que se registaram menos 49% de ocorrências relativamente à média verificada no decénio e que ardeu menos 74% do que o valor médio de área ardida no mesmo período", indica o último relatório provisório de incêndios florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Os dados provisórios referem que, entre 1 de janeiro e 30 de junho, ocorreram 3604 ocorrências de fogo, menos 65% do que no mesmo período de 2012, quando já tinham deflagrado 10481 incêndios florestais.
O relatório adianta também que os incêndios consumiram 3877 hectares de floresta, menos 88,5% do que em 2012, quando já tinha ardido 36439 hectares.
"Da análise mensal dos incêndios verifica-se que os valores registados até 30 de junho, quer do número de ocorrências, quer de área ardida associada, foram substancialmente inferiores às respetivas médias mensais dos últimos dez anos, com diferenças mais expressivas entre janeiro e março", lê-se no relatório.
A diminuição de incêndios e área ardida é justificada pelo ICNF com o facto de os primeiros meses de 2013 terem sido "relativamente chuvosos".
Segundo o ICNF, o mês de junho foi o que registou o maior número de ocorrências (2222) e de área ardida (5557 hectares) este ano.
O documento adianta que o maior número de ocorrências se verificou no distrito do Porto (996), seguido dos de Braga (326) e Aveiro (306), sendo a maioria fogachos, ou seja, incêndios que não ultrapassaram um hectare de área ardida.
Os distritos mais fustigados em área ardida foram Porto, Braga e Aveiro, com 614, 525 e 405 hectares, respetivamente.
Até 30 de junho, registaram-se cinco grandes incêndios, dos quais o maior ocorreu em Aboadela, distrito do Porto, consumindo aproximadamente 210 hectares de espaços florestais.