A Comissão de Trabalhadores da RTP reclamou esta sexta-feira a demissão do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, no dia em que se demitiu o Conselho de Administração da rádio e televisão públicas.
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"Relvas quer voltar a mandar na RTP. Mas é precisamente isso que não pode acontecer: ele próprio deveria demitir-se também", refere a Comissão de Trabalhadores (CT) em comunicado, numa reação à demissão do Conselho de Administração da empresa.
Na nota, a CT sustenta que, apesar da demissão da administração da RTP, "permanecem bem vivos os fatores de perigo e os interesses obscuros que ameaçam o serviço público de rádio e de televisão".
A CT reitera que a nomeação do novo Conselho de Administração da RTP "deve ser objeto da decisão plural do Parlamento e não do 'diktat' [da imposição] unipessoal de um ministro desacreditado, sob a inspiração de intrigas das secretas".
Para a Comissão de Trabalhadores, "basta de governamentalização da RTP, em qualquer momento, e mais ainda quando a empresa é governamentalizada para mais rapidamente se poder liquidar".
O gabinete do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, informou que o Conselho de Administração da RTP apresentou hoje o pedido de demissão ao Governo, o qual foi aceite.
O pedido de demissão acontece depois do consultor do Governo para as privatizações, António Borges, ter anunciado que uma das propostas em cima da mesa era a concessão da RTP a privados.
Esta semana, a administração liderada por Guilherme Costa, que foi reconduzido no cargo pelo ministro da tutela, Miguel Relvas, manifestou-se contra a concessão.
Fonte do gabinete do ministro disse à agência Lusa que a nova administração da RTP será nomeada em breve, ficando a atual a assumir a gestão até o processo estar concluído.