
Comissária Viviane Reding
Fernando Fontes / Global Imagens
A crise económica deverá ter um impacto importante no mercado dos estupefacientes, nomeadamente num aumento da procura de drogas ilícitas, segundo um estudo publicado, esta quarta-feira, pela Comissão Europeia, que pretende avançar com legislação mais punitiva.
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O relatório da Comissão Europeia revela que, para ganhar dinheiro, cada vez mais jovens se dedicam à venda ou mesmo ao cultivo de droga - especialmente o cultivo doméstico de canábis - e, por outro lado, a crise económica deverá igualmente provocar uma redução dos fundos consagrados à política de luta contra a droga, em especial no que respeita aos tratamentos e às medidas de redução dos efeitos nocivos.
"O estudo de hoje é um alerta para a Europa: para reduzir a oferta de droga e lutar contra o tráfico ilícito, temos de reduzir o número de toxicodependentes, não só através da prevenção, mas também através de tratamento", declarou a comissária europeia da Justiça.
Viviane Reding sublinhou que "a oferta acompanha a procura e, com um número cada vez maior de toxicodependentes, o mercado das drogas ilícitas está a crescer", motivo pelo qual pretende, até ao final do ano, "propor legislação mais severa sobre as novas substâncias psicoativas e o tráfico ilícito de drogas".
"Temos de atuar a nível da UE e proteger os nossos filhos", sustentou.
Segundo o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), com sede em Lisboa, as novas drogas psicoativas são um problema cada vez mais sério, tendo em 2011 sido notificadas oficialmente pela primeira vez através do sistema de alerta rápido da UE 49 novas substâncias psicoativas.
Este valor representa o maior número de substâncias comunicadas num só ano, tendo sido comunicadas 41 substâncias em 2010 e 24 em 2009. Os dados preliminares relativos a 2012 não revelam uma diminuição, tendo já sido detetadas mais de 50 substâncias.
Segundo o Observatório, embora o consumo de "drogas tradicionais", como a cocaína, a heroína ou o "ecstasy", tenha, de um modo geral, estabilizado, o mercado das drogas ilícitas está a ser abastecido por novas drogas, pois os traficantes tiram partido das substâncias químicas ainda não regulamentadas a nível internacional.
