"Extrema complexidade pericial e policial" do caso dos seis doentes que ficaram cegos no Hospital de Santa Maria levou o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa a pedir a colaboração da PJ.
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"Além das outras entidades com competência específica pericial, como é o caso do Instituto de Medicina Legal e do Ministério Público (MP), e dada a manifesta gravidade e complexidade do caso," o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) "pediu a coadjuvação da directoria de Lisboa da PJ", explicou a procuradora-geral adjunta Maria José Morgado à Agência Lusa.
Quanto ao facto de essa colaboração ser dada pela brigada dos homicídios, Maria José Morgado disse que essa escolha é da responsabilidade da PJ.
"As polícias têm autonomia orgânica e são elas internamente que decidem a quem entregam o caso. O MP apenas pediu a coadjuvação da PJ uma vez que os factos ocorreram na comarca de Lisboa", explicou.
A instauração do inquérito-crime pretende apurar a existência de um eventual crime de erro em intervenções e tratamentos médicos e/ou crimes de corrupção de substâncias médicas.
Além do inquérito do DIAP, estão em curso outras duas investigações: uma da responsabilidade da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), para verificar em termos laboratoriais o medicamento aplicado aos doentes, e outra da iniciativa da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), para apurar o que realmente se passou relativamente a este caso.