Dois pescadores morreram e seis estão desaparecidos depois do naufrágio do navio pesqueiro português "Santa Ana", próximo de Cabo Peñas, nas Astúrias, no Norte de Espanha. Um dos dois corpos recuperados é de um pescador português o outro é de um tripulante espanhol. O mestre da embarcação, natural da Galiza, foi o único resgatado com vida.
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O naufrágio do arrastão português "Santa Ana", com nove tripulantes a bordo (dois portugueses, dois indonésios e cinco espanhóis), ocorreu, esta segunda-feira de madrugada, a cerca de meia milha de Cabo Peñas, nas Astúrias, informou o serviço de Salvamento Marítimo espanhol.
Foram resgatados os corpos de dois pescadores, o português Francisco Gomes Fragateiro e o galego Manuel Indalecio Mayo Brea.
A embarcação tem matrícula de Leixões, mas foi comprada pelo armador espanhol Jose Balayo Portela e opera há três anos nas Astúrias, pescando carapau e cavala, soube o JN. O armador tem mais dois barcos, além do "Santa Ana", e todos saíram ao mar esta madrugada.
O "Santa Ana" encalhou junto à ilha Erbosa e está semiafundado pela zona da popa, avança "A Voz da Galiza". Foram resgatados das águas dois corpos, um deles de um dos pescadores portugueses, de Matosinhos. O outro corpo é de um pescador galego, de Muros, uma localidade da Corunha. As buscas pelos seis pescadores desaparecidos foram, entretanto, suspensas devido ao anoitecer e deverão ser retomadas ao início da manhã de terça-feira.
O estado do mar e forte rebentação impediram a primeira tentativa dos mergulhadores do Grupo Especial de Actividades Subaquáticas da Guarda Civil espanhola de chegar ao navio, em cujo interior poderão estar corpos dos pescadores naufragados.
Um pescador, de nacionalidade espanhola, foi resgatado com vida por outro navio de pesca que estava na zona, o "Maresco". Trata-se do "número dois" da embarcação, de 50 anos, natural da Galiza. Foi transportado ao hospital com hipotermia e algumas contusões.
Foram os irmãos Gustavo e Vicente González que o resgataram e os primeiros a chegar à zona do naufrágio depois de receberem o alerta. Ao chegar encontraram uma situação "muito dura", segundo as palavras de Vicente, descritas pelo jornal local "El Comércio".
Com o barco quase totalmente afundado, havia três balsas salva-vidas, mas apenas uma pessoa a bordo. "Tinha muito frio, um ferimento na cabeça, cortes nas mãos e nos pés e dores. Estava muito mal e pediu-nos que o levasse para terra. Não se aguentava de pé", acrescentou Vicente.
Às buscas juntaram-se patrulhas da Guarda Civil, uma embarcação da Cruz Vermelha e um helicóptero dos bombeiros das Astúrias.