A epidemia do vírus Ébola na África ocidental "está a alastrar e (a situação) deteriora-se mais rapidamente do que a capacidade de resposta", advertiu, esta sexta-feira, uma responsável da organização Médicos Sem Fronteiras.
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"Estamos perante uma total falência das infraestruturas", disse Joanne Liu, diretora dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), considerando que "se a situação não for estabilizada na Libéria, nunca se estabilizará a região".
"Trata-se apenas da ponta do icebergue", advertiu a responsável da organização não-governamental (ONG) de prestação de cuidados médicos às pessoas contaminadas.
A MSF está presente nos três países mais afetados, Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa. A ONG tem no terreno um total de 692 pessoas, incluindo 72 estrangeiros.
O Ébola causou 1.069 mortos nestes três países e na Nigéria, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde.
A doença, que se transmite por contacto direto com o sangue e fluídos corporais de pessoas ou animais infetados, causa graves hemorragias e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90%. Não é conhecida vacina.
Esta é a primeira vez que se identifica e confirma uma epidemia de Ébola na região da África Ocidental, até aqui sempre registadas na África Central.