O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, adiou para terça-feira, dia 21, a decisão sobre o vencedor do Prémio Sakharov 2014, que celebra a liberdade de pensamento, alegando "razões técnicas".
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A decisão é consequência da dissolução do grupo político liderado pelo eurocético britânico Nigel Farage, por falta de "quorum", depois da saída da eurodeputada da Letónia Iveta Grigule.
A decisão - que deveria ter sido tomada esta quinta-feira - fica adiada para a próxima conferência de líderes de grupos políticos, em Estrasburgo.
Os três candidatos finalistas ao Prémio Sakharov são o ginecologista congolês Denis Mukwege, o movimento ativista ucraniano Euromaidan e a defensora dos direitos humanos azeri Leyla Yunus.
O vencedor é escolhido pelos líderes dos grupos políticos presentes no Parlamento Europeu (PE) e pelo presidente desta instituição, sendo o galardão entregue a 26 de novembro, em Estrasburgo.
O ginecologista Denis Mukwege é especializado no tratamento de vítimas de violações na República Democrática do Congo, cuidando todos os anos de milhares de raparigas e mulheres violadas, usadas como arma de guerra por diferentes grupos armados.
O médico, que foi alvo de uma tentativa de homicídio em outubro de 2012, fundou um hospital para cuidar das mulheres vítimas de violação e o seu nome foi já várias vezes avançado nas "nomeações" para o Nobel da Paz.
Também o Euromaidan (como é conhecido o movimento de contestação lançado na Praça da Independência em Kiev, em novembro de 2013, que derrubou o então presidente ucraniano Viktor Yanukovich) é candidato ao galardão, que premeia a liberdade de pensamento.
O movimento é representado na candidatura pelo jornalista Mustafa Nayem, a vencedora do festival da Eurovisão Ruslana Lyzhychko, a ativista Yelyzaveta Schepetylnykova e a jornalista Tetiana Chornovol.
A ativista Leyla Yunus defende os direitos das minorias étnicas no Azerbaijão e está atualmente detida, enquanto aguarda julgamento.
O Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento, no valor de 50 mil euros, foi atribuído em 2013 à jovem paquistanesa Malala Yousafzai, baleada por radicais por defender o direito das raparigas à educação.
Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988.
