
Oleg Urusov/Reuters
Uma falha técnica impediu a deslocação de uma sonda para Phobos, lua de Marte, para recolher amostras e trazê-las de volta à Terra, uma viagem que duraria três anos, informou, esta quarta-feira, a agência espacial russa Roscosmos.
A sonda Phobos-Grunt foi lançada a bordo do foguetão Zenit às 20.16 horas de terça-feira em Lisboa (0.16 desta e em Moscovo), do cosmódromo Baikonur, no Cazaquistão, um acontecimento transmitido em directo pelo portal da agência espacial russa Roskosmos.
"O motor não funcionou, o que significa que o aparelho não conseguiu orientar-se pelas estrelas", explicou o director da Roscosmos, Vladímir Popovkin, citado pela agência Interfax.
Se fosse bem sucedida, seria a primeira missão interplanetária russa com êxito desde 1986.
Popovkin considera que o incidente não ditou o "fracasso" da missão ao realçar que os especialistas têm agora 72 horas para carregar um novo programa de voo no computador central da Fobos-Grunt.
O aparelho é destinado à recolha de amostras do solo de Phobos, onde aterrará ao fim de quase um ano após o seu lançamento. As amostras são esperadas na Terra em 2014.
A missão espacial propõe-se determinar se Phobos é um asteróide bloqueado na órbita de Marte ou se este pequeno corpo celeste, de 18 quilómetros de diâmetro, foi 'arrancado' do planeta vermelho.
De acordo com a Roskosmos, determinar a origem de Phobos, o maior dos dois satélites marcianos, permitirá compreender melhor os mecanismos de formação do sistema solar.
A última missão interplanetária bem sucedida pela Rússia, na altura URSS, foi em 1986, com as sondas Vega, que exploraram o planeta Vénus e o cometa Halley.
