Cerca de 25 mil famílias estão a receber ajuda social e económica da Cáritas Portuguesa, o que significa um aumento de 40% desde Novembro.
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Em declarações à margem do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, que reúne até domingo na Figueira da Foz representantes das 20 Cáritas diocesanas do país, Eugénio Fonseca, presidente da instituição, disse que a "velocidade" com que têm surgido os novos casos de pedidos de ajuda leva à existência de "listas de espera" no atendimento.
"Já estamos com pessoas em lista de espera para Maio para poderem ter o primeiro atendimento, a primeira resposta. Isto não pode ser, isto não está no espírito da Cáritas, mas já estão esgotados, estão na exaustão os recursos humanos de que a Cáritas dispõe", afirmou.
Os números revelados relativos ao número crescente de agregados familiares que recorre à ajuda da instituição da Conferência Episcopal que visa promover e dinamizar a acção social da Igreja, dizem respeito apenas a oito das 20 dioceses que compõem a Cáritas, dados que Eugénio Fonseca assume "muito aquém" da realidade.
Por outro lado, frisou, para além dos casos novos, os cortes em algumas prestações sociais "aumentaram a gravidade das carências" das famílias que já vinham a ser acompanhadas.
Eugénio Fonseca disse ainda que a situação motivada pela actual crise obrigou a instituição a "recuar" em muitos projectos "até mais estruturantes", como a criação de formas de sustento autónomas para famílias carenciadas para concentrar esforços e meios financeiros na ajuda assistencial.
"Estamos mais centrados em medidas assistenciais porque é isso que as pessoas estão a pedir. E nem sequer a economia do nosso país nos dá garantias que esse tipo de respostas, a criação de autoemprego, possam ser viáveis", argumentou.