A Federação Nacional da Educação vai aderir à greve geral de professores marcada para 17 de junho, primeiro dia dos exames nacionais do ensino secundário.
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A decisão consta de uma resolução aprovada, esta terça-feira, em reunião, tendo a estrutura sindical admitido vir a desconvocar o protesto, caso o Governo ceda às suas reivindicações.
Na resolução, a estrutura sindical refere ainda, com base no mesmo princípio, que irá fazer greve ao serviço de avaliações a 11, 12, 13 e 14 de junho, tendo decidido aderir à manifestação nacional marcada para dia 15 do mesmo mês.
A FNE adiantou que a mobilidade especial e o aumento da carga letiva são os motivos para a adesão à greve.
A resolução foi aprovada, por unanimidade e aclamação, pelo secretariado nacional da FNE, que reuniu em Lisboa, na sede da UGT, central sindical à qual a Federação Nacional de Educação está afeta.
A FNE advoga que o regime de mobilidade especial levará ao despedimento de professores, invocando que não há docentes excedentários.
"Os professores que temos nos quadros não chegam", sustentou o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, numa declaração à imprensa, após a reunião do secretariado nacional.
A FNE pede uma "declaração formal e consistente" do ministro da Educação, Nuno Crato, de que não vai haver nenhum professor colocado na mobilidade especial.
No texto da resolução, a Federação Nacional de Educação considera ainda que "é inteiramente inaceitável e reprovável" o aumento do horário laboral dos professores, e pede o "reconhecimento do especial desgaste que a profissão provoca", e que entende ser violado com a eliminação da redução da carga letiva prevista no Estatuto da Carreira Docente.
"O Governo tem que se empenhar em preservar a palavra", vincou João Dias da Silva, afirmando a disponibilidade da FNE para "apresentar contra propostas" no processo negocial com o Ministério da Educação e Ciência.
As greves, às quais a FNE decidiu aderir, já tinham sido agendadas, na semana passada, pela Federação Nacional de Professores (Fenprof, afeta à CGTP) e por mais sete sindicatos.