Um membro da Comissão de Trabalhadores da CP, António Maló, disse que o protesto realizado esta quinta-feira, na estação de Coimbra B, "reflete a indignação" dos ferroviários no ativo, reformados e seus familiares.
Corpo do artigo
"As pessoas sentiram-se no direito de chamar a atenção" do Governo e das administrações das empresas que integravam a antiga CP, declarou António Maló à agência Lusa.
O representante dos trabalhadores da CP disse que a ação de protesto "foi além das expectativas" em termos de mobilização, tendo participado "entre 200 a 300 pessoas", segundo a sua estimativa.
A concentração estava marcada para as 17 horas, mas às 16.45 horas um grupo de pessoas, sobretudo reformados e seus familiares, acabou por bloquear de forma pacífica a passagem do comboio Alfa Pendular que circulava no sentido Porto-Faro.
À 18.43 horas, este comboio finalmente arrancou.
"O corte das concessões (títulos que permitem viagens gratuitas) tocou também aos reformados", salientou António Maló.
As concessões "não são nenhuma regalia, fazem parte dos vencimentos", acrescentou.
"Há reformados com passes vitalícios. Qual é a moral da destas empresas?", questionou o dirigente da Comissão de Trabalhadores da CP, indicando que o bloqueio da circulação do Alfa Pendular "não foi previsto" pelos promotores do protesto, tendo antes partido da iniciativa de um grupo de reformados.
O coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra (USC/CGTP), António Moreira, também está no local, em solidariedade com os manifestantes.
O endurecimento dos protestos, no âmbito da ação nacional "Luto ferroviário", são "o reflexo das políticas deste Governo, que teima em negar" aos trabalhadores "direitos que têm décadas", disse o sindicalista à Lusa.
Na estação de Coimbra - B estão alguns elementos da PSP, que ainda tentaram demover os manifestantes da sua intenção de impedir a circulação ferroviária.
Os reformados exibem uma faixa de pano preto, na qual se lê: "Luto ferroviário -- Resistência e Luto da Família Ferroviária -- Parem de nos roubar".
Os ferroviários desenvolvem uma ação de luta, denominada de dia de "Resistência e Luto da família ferroviária", com diversas ações, entre as quais concentrações em várias estações de comboio.
Juntou-se ao protesto de Coimbra um grupo de ferroviários reformados que integram o Movimento de Defesa do Ramal da Lousã, que reclama a reposição do transporte ferroviário nesta linha.