<p>Teresa Maria Gomes Fagundes, 43 anos, passeava com três amigas na praia do Furadouro, em Ovar, quando uma onda a levou. As outras fugiram, mas ficaram em choque. Buscas prolongaram-se noite dentro.</p>
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Frio, vento forte e ondas alterosas não era cenário que assustasse as quatro amigas ou as fizesse mudar de ideias em dar um passeio pelo areal do Furadouro, em Ovar. Eram cerca das 18.40 horas. Má ideia, porém, pois, passados poucos minutos Teresa deu alguns passos em direcção ao mar e foi engolida por uma onda.
Segundo uma amiga do grupo, "elas tinham ido tomar um café". Cenário, porém, que algumas pessoas que assistiam às buscas diziam estranhar, já que "as esplanadas ficam longe e elas estavam na areia". Aliás, havia mesmo quem já tivesse visto o grupo na sexta-feira, sábado à noite e voltou a vê-lo ontem ao final da tarde. Segundo o JN apurou, as quatro mulheres pararam o carro no parque de estacionamento, ao início da praia, mas depois seguiram em direcção ao areal. "Ela foi apanhada junto aos passadiços", dizia um popular.
Na praia, a Polícia Marítima comandava as operações, enquanto uma equipa de mergulhadores dos Bombeiros Voluntários de Ovar esperava que as vagas com três e quatro metros perdessem força para procurarem o corpo dentro de água. Uma ambulância do INEM fazia retaguarda.
Enquanto isso, uma helicóptero da Protecção Civil, que estava estacionado em Santa Comba Dão, percorria a costa até à Torreira, com um foco voltado para as ondas revoltosas, à procura do corpo.
Teresa Maria Gomes Fagundes é natural da Madeira mas está a viver em Arada há alguns anos. Tem três filhos pequenos (com seis, nove e 11 anos) e, segundo uma outra amiga, que acompanhava, chocada, as operações de busca, "ela é uma pessoa com poucas posses mas adora os filhos e tem uma óptima relação com eles". Esta amiga afasta, aliás, o cenário de suicídio. "Ela é madeirense e adora o mar. As pessoas que estavam com ela dizem que, de facto, ela se afastou da beira delas, mas acreditam que tenha querido molhar os pés, ela adora o mar, tem imensas histórias ligada ao mar da Madeira. Além de que adora os filhos".
"Ela é uma mãe esplêndida. Conheci-a pelo Natal, fui prestar-lhe solidariedade, pois disseram-me que era uma família necessitada e, desde então, não mais a deixei. São pessoas maravilhosas", prosseguiu a amiga, preocupada com uma das mulheres que estava no grupo de Teresa: "Ela está muito nervosa, dentro do carro, é diabética e tenho medo que lhe aconteça algo. Até já fui pedir à Polícia Marítima para a deixar ir embora. Mas vai ter de esperar mais um bocadinho", prosseguiu. As buscas duraram, ainda, algumas horas depois do alerta do desaparecimento e as operações voltam para a praia do Furadouro, por volta das oito da manhã.