A bactéria E.coli está a assustar os portugueses que evitam as saladas, muito consumidas nesta altura do ano, principalmente nas festas populares, mas o Governo aconselha o consumo, embora recorde os cuidados a ter na sua preparação.
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A desconfiança entre os consumidores, depois das informações a dar conta de vários casos de pessoas doentes devido à bactéria Escherichia coli (E.coli), que já provocou 18 mortos na Europa, reflecte-se no comércio de vegetais.
As quebras nas vendas de pepino já atingem 80%, enquanto no tomate é de 20%, levando os produtores a enfrentar prejuízos de cerca de dois milhões de euros, na última semana.
Portugal tem "um sistema que garante elevados níveis de segurança relativamente à produção nacional" de vegetais, garantiu à agência Lusa o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro.
Aliás, "temos uma produção nacional que é das melhores do mundo", por isso, os produtos frescos devem continuar a ser consumidos porque os benefícios para a saúde são elevados, acrescentou.
Também o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, António Serrano, quis transmitir aos portugueses que "todos estes produtos hortícolas são de qualidade e cumprem todos os requisitos de segurança alimentar, não oferecem perigo".
As autoridades, como a Direcção-Geral da Saúde (DGS) ou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) estão a acompanhar a situação e "não detectaram qualquer anomalia", assegurou.
"Estamos num período áureo das saladas, com as festas populares, e nesta altura o pepino, o tomate e a alface são componentes essenciais" das refeições, referiu o secretário de Estado.
"É preciso termos a noção de que o alarme que existiu deve ser contido e devemos ter algum incentivo a que as pessoas mantenham os seus hábitos alimentares. Devem ter cuidados no manuseamento e na lavagem das saladas, que devem existir sempre", disse Rui Barreiro.
Na União Europeia está instituído um sistema de alerta de forma a que os países tenham conhecimento dos problemas que existem nas áreas da sanidade animal e vegetal e possam definir medidas, caso seja necessário.
Em Portugal, um organismo recebe os alertas, tal como nos outros países, e quando há um produto com problemas para a saúde pública é accionado o sistema para que as autoridades possam averiguar se existe no mercado e retirá-lo.
Por outro lado, os produtos alimentares têm um sistema de identificação que permite fazer a sua rastreabilidade, ou seja, determinar onde foi produzido, transformado e o percurso que seguiu um lote de produtos.