O ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, anunciou, este domingo, a criação do Plano Nacional de Voluntariado, que pretende "chamar acções de responsabilidade social para dentro do próprio Estado" e "estimular o voluntariado" de jovens e estudantes.
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Pedro Mota Soares encerrou, este domingo, a conferência da entrega do Prémio Manuel António da Mota, no Palácio da Bolsa, no Porto, tendo afirmado que "no âmbito no Programa de Emergência Social, o Governo identificou a área do voluntariado como uma das áreas essenciais onde é preciso fazer um conjunto de coisas".
"Por isso mesmo, queremos lançar este Plano Nacional de Voluntariado que aposte de forma muito concreta em mudar, de forma significativa, um conjunto de comportamentos", explicou, em declarações aos jornalistas.
O ministro indicou que, em primeiro lugar, há o objectivo de "chamar também acções de responsabilidade social para dentro do próprio Estado", considerando fundamental que este "também dê o exemplo" e que em vários institutos, organismos, empresas públicas possa haver "programas de responsabilidade social que incentivem o voluntariado".
"Tal como será certamente muito importante trabalharmos na possibilidade de se criarem alguns bancos de horas que permitam a muitos trabalhadores poderem desempenhar acções de voluntariado, porque isto também qualifica e capacita muito os próprios trabalhadores e certamente tem, do ponto de vista social, um grande impacto", explicou.
Como segundo ponto, Mota Soares disse ser "muito importante poder mudar e estimular o voluntariado dos mais jovens e dos estudantes" e por isso, em conjugação com o Ministério da Educação, irão "alterar os currículos escolares de forma a permitir, nos diplomas que as escolas passam no final do ano, uma inclusão sobre todas as acções de voluntariado que os jovens têm vindo a fazer".
"Isto é muito importante para que as acções de voluntariado não caiam muitas vezes em saco roto e porque, cada vez mais, o mercado de trabalho, valoriza do ponto de vista dos currículos, toda a dimensão social que os nossos jovens vão tendo", acrescentou.
O responsável pela tutela disse ainda ser "muito importante conseguir estabelecer uma agenda, um conjunto de metas e compromissos" para se continuar o trabalho no voluntariado, defendendo que isto é "muito mais importante numa altura em de dificuldades quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista social".
Questionado pelos jornalistas sobre quando estará concluída a alteração à lei do voluntariado, Pedro Mota Soares garantiu que o Governo quer fazer isto "num brevíssimo espaço de tempo".
"Por isso mesmo já constituímos um grupo de trabalho que está a fazer esta análise e calculamos que dentro de 30 dias, no máximo, já possamos ter estas mesmas conclusões para depois iniciarmos um processo de alteração legislativa", avançou, acrescentando que uma das matérias já identificadas é a necessidade de "baixar a idade de acesso ao seguro social voluntário, que hoje está em 18 anos, para, pelo menos, 16 anos".