A ministra de Saúde espanhola disse esta segunda-feira que as autoridades estão a comprovar se os protocolos foram adequadamente seguidos caso da auxiliar de enfermaria, que se confirmou ter contraído o vírus do Ébola em Madrid
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"Estamos a averiguar a fonte de contágio, verificando se se seguiram estritamente todos os protocolos estabelecidos. Vamos colocar todos os meios necessários à disposição dos médicos e enfermeiros para responder a estar situação", disse Ana Mato.
"Quero deixar uma mensagem de tranquilidade a todos os cidadãos. Contamos com pessoal magnificamente formado para tratar estas situações e com capacidade técnica para lidar com o caso", afirmou.
Antonio Alemany, diretor geral de Atenção Primária da comunidade de Madrid, explicou aos jornalistas que a enfermeira fez parte da equipa que atendeu as duas vítimas mortais espanholas de Ébola, que foram transportadas de África para o hospital Carlos III em Madrid.
"Nos dois casos ativou-se o protocolo de proteção para a abordagem de casos de suspeição de vírus de Ébola, seguindo as recomendações da OMS. Este protocolo ativou-se para atender ao paciente Garcia Viejo, no Hospital Carlos III", afirmou.
"Está a ser investigado qual o mecanismo de infeção deste caso", disse, afirmando desconhecer "onde poderá ter estado o mecanismo de infeção".
Especial atenção está a merecer o marido da enfermeira, disse Alemany e os profissionais de saúde envolvidos.
Alemany disse que a enfermeira entrou por duas vezes no quarto de Garcia Viejo - que morreu vítima de Ébola no passado dia 25 de setembro - usando sempre equipamento individual de proteção, que é analisado aquando da sua colocação e posterior retirada.
"Sabemos que acedeu ao quarto do paciente duas vezes, uma para atenção direta com ele e outra, depois da morte, para recolha de material. Não se conhece a situação de exposição", disse.
"O protocolo manteve-se sempre e posteriormente para os contactos de profissionais que entraram no quarto", disse, referindo que desde aí todos os profissionais sanitários foram analisados diariamente.
A enfermeira, neste caso, entrou de férias no dia seguinte à morte de Garcia Viejo, e mostrou "sintomatologia vaga", com "febre que não chegava aos 38,6 graus, um dos critérios clínicos de diagnóstico de suspeitas de Ébola".
"Desde aí foi acompanhada. Fez vida normal e não apresentou mais sintomatologia que a febre", disse, referindo que a enfermeira está isolada no Hospital de Alcorcón, "estável com febre".
Mercedes Vinuesa, diretora geral de Saúde Pública, explicou que se ativaram já todos os mecanismos para "dispor de todos os tratamentos que existem atualmente para poder estar disponível, talvez ainda hoje".
Vinuesa explicou que os riscos de contágio entre os profissionais de saúde "não são nunca de 0 nem de 100 por cento" e que se aplicam em Espanha os mesmos protocolos que noutros países, seguindo as recomendações da OMS e da Comissão Europeia.
Alemnay recordou que o contágio da doença "tem que ser direto e por contacto com os fluidos do paciente" e que a enfermeira está isolada mas sem ser necessário estar num quarto especial para a doença.
A enfermeira deverá ser transferida do Hospital de Alcorcon, onde se encontra, para o Hospital Carlos III.