O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações, José Amado da Silva, reconheceu, esta quinta-feira, que aquela entidade tem recebido queixas de que há instaladores de equipamentos da TDT a cobrar "barbaridades" e apelou à cidadania.
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"É preciso ter a garantia absoluta de que as pessoas se dirigiram aos sítios certos", afirmou aos jornalistas Amado da Silva, após a cerimónia que assinalou o final definitivo das emissões televisivas analógicas em Portugal na transição para a Televisão Digital Terrestre (TDT).
O responsável da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) esclareceu que o regulador tem recebido queixas. "Infelizmente é verdade, de que alguns instaladores, por exemplo, têm cobrado barbaridades às pessoas", afirmou, acrescentando que vão procurar que tal não aconteça no futuro, apelando à cidadania.
De acordo com Amado da Silva, há pessoas que podem pagar 20 euros pela transição para o digital e outras que podem pagar 120: "Pode acontecer, com certeza que pode. O problema das médias é esse. Há pessoas que ficam perfeitamente discriminadas".
Cinquenta e cinco anos de televisão analógica tiveram o seu ponto final esta quinta-feira com o desligamento dos últimos transmissores desse sinal, numa cerimónia que decorreu nas instalações da ANACOM no Porto.
Com o desligamento dos últimos 15 emissores analógicos, entre os quais os do Marão, Montejunto e Monte da Virgem, e mais de uma centena de retransmissores analógicos, o plano de 'switch off' fica concluído, deixando o sinal analógico de ser emitido "em definitivo em todo o território de Portugal".
O fim das emissões televisivas em sinal analógico ocorre três anos após a decisão em Conselho de Ministros e mais de 10 anos depois de falhada a primeira tentativa de introduzir a TDT.
Por seu lado, a DECO considera que o processo de acompanhamento do fim do sinal analógico de televisão foi "imperfeito", causou "transtorno e incómodo" às pessoas e que os testes realizados no terreno confirmaram várias das reclamações que receberam.