Em Alcórcon, arredores de Madrid, onde vive a auxiliar de enfermagem infetada pelo ébola, as pessoas estão "muito preocupadas" e "revoltadas" por sentirem que, de um dia para o outro, têm um vírus altamente letal à porta de casa.
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Isa Rodrigues, enfermeira portuguesa, de 27 anos, vive na mesma localidade de Maria Teresa Romero e tem testemunhado um "sentimento de medo".
"É tema de conversa a todo o momento, as pessoas de Alcórcon estão muito preocupadas porque desde o último contacto que a auxiliar de enfermagem teve com o doente que morreu, a 25 de setembro, fez vida normal até ser internada no dia 2. Sabe-se que foi ao centro de saúde, ao hospital local e terá ido certamente a outros locais", explicou, ao JN, a enfermeira de Bragança.
Há indignação com a falha de segurança e muitos residentes de Alcórcon, localidade a 15 quilómetros de Madrid com cerca de 170 mil habitantes, defendem que o país não devia ter recebido o missionário espanhol infetado na Serra Leoa, diz Isa Rodrigues.
Além de residir na mesma localidade da doente contagiada, a enfermeira trabalha num lar de idosos e está a fazer um doutoramento em Saúde Pública e Epidemiologia. "Como enfermeira e estudante desta área penso que os próximos dias vão ser cruciais. Não sabemos se estamos perante um erro humano ou sanitário, mas esperemos que não haja mais falhas", concluiu.