A Igreja portuguesa garantiu, esta quinta-feira, em Fátima, que "tudo fará" para incentivar a denúncia casos de abusos sexuais de menores, no seio das suas instituições, e apelou à seleção cuidada de pessoas que lidam com menores.
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Num documento de oito páginas, com as diretrizes respeitantes ao tratamento de casos de abusos sexuais de menores, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reconhece "a gravidade dos assunto" e interpela os bispos das dioceses a terem "o máximo de cuidado no exercício das funções de vigilância", concretamente "advertindo os responsáveis das pessoas jurídicas canónicas no cuidado a ter com a seleção do pessoal para o serviço dos menores".
Uma cuidada seleção dos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada e na formação dos mesmos, com recurso à elaboração da história do candidato conjugada com o apoio das ciências médicas e psicológicas, e a aplicação rigorosa das normas respeitantes às admissões de alunos que passaram por outras instituições formativas", são outras das exigências feitas.
O documento, elaborado por exigência da Congregação para a Doutrina da Fé, organismo do Vaticano, - feita em 2011 a todas as Conferências Episcopais do mundo -, sugere "uma formação permanente do clero e demais agentes pastorais, que inclua formação específica na área da vivência equilibrada da sexualidade e da proteção de menores", de modo a que "sejam prevenidos hipotéticos abusos e se vierem a acontecer sejam da exclusiva responsabilidade do seu autor e firmemente resolvidos".
"Conhecendo que a maioria dos abusos sexuais de menores ocorre no seio da família, que são transversais a todos os grupos sociais, (a CEP) não ignora que também possam ocorrer no seio das instituições da Igreja e sejam perpetrados com grave prejuízo, para as vítimas e para a comunidade, por parte de quem se esperava toda a proteção dos menores e exemplaridade de vida", lê-se no documento.
A Igreja assegura ainda que a prestação de toda a colaboração com as autoridades competentes, com as vítimas e suas famílias, assegurando que do ponto de vista canónico e civil "tudo fará para repor a justiça e reparar os danos".