O bispo do Porto, Manuel Clemente, afirmou, esta terça-feira, que a Igreja não se opõe ao acordo entre o Estado e a Santa Sé sobre quais os feriados religiosos a eliminar.
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"Nós (bispos) fomos consultados, mas quem decide é o Estado português e a Santa Sé. Da nossa parte, não há qualquer objeção em que esse acordo se faça", afirmou Manuel Clemente aos jornalistas, em Gaia, à margem de uma cerimónia em sua homenagem.
Segundo o bispo do Porto, a Igreja "não deixa de colaborar" se a eliminação dos feriados religiosos for do interesse do Estado.
"Todos os feriados, quer religiosos ou cívicos, são muito respeitáveis, são feriados nacionais. Se o Estado verifica que é necessário aumentar o número de dias de trabalho, nós, em princípio, como Igreja, não temos nenhuma objeção, somos cidadãos", frisou.
Manuel Clemente, que disse desconhecer em que fase estão as negociações entre o Estado e a Santa Sé, apenas salientou que há, de facto, feriados religiosos que, "na tradição litúrgica, são mais facilmente transitáveis, como o Corpo de Deus".
"Há outros em que é mais complicado, como o que se liga aos Santos (1 de novembro) ou a Assunção de Nossa Senhora (15 de agosto). Mas, para nós, a abertura é total", concluiu.