élson Semedo foi influenciado pelos amigos, mas retomou o rumo e está "limpo".
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Os amigos chamam-lhe "Couves". "Porque não gostava de sopa quando era criança", diz Nélson Semedo, 30 anos, voz tímida e pouco à-vontade perante as perguntas. É jogador de futsal no UTAD e esteve dois anos suspenso por acusar canabinóides num controlo antidoping. "Foi duro", relata, à medida que recorda aquele episódio de consequências graves. Fumava haxixe desde os 20 anos, mas quando foi jogar para Vila Real, há três anos, deixou o vício. "Numa noite de Carnaval, fui a Lisboa, estive com alguns amigos e eles começaram a fumar". E foi incapaz de travar aquele impulso.
Mas tudo começou mais cedo. "Morava no Lumiar e ali toda a gente fumava ganzas". Por isso, achou "aquilo normal" e passou a seguir as pisadas dos amigos. "Aquilo", como gosta de dizer, "não provocava nenhum efeito no rendimento desportivo", bem pelo contrário. "Até nos deixava mais lentos". E foi assim que se iniciou nos canabinóides, embora nem sempre fosse uma prática recorrente por causa do desporto. Mesmo assim, foi apanhado num controlo.
Foram dois anos difíceis e Nélson Semedo foi obrigado a procurar soluções para ganhar a vida. "Fiz biscates como electricista. E nunca mais caí no mesmo, nunca mais fumei, porque vivi os piores anos da minha vida". Uma das maiores dores era ver os colegas a competir e ele, infeliz, "a seguir os jogos pela televisão". Nélson Semedo, "Couves" no mundo do futsal, diz que "há outros casos de jogadores a fumar ganza", mas evita entrar em grandes pormenores. "Para mim, foi uma lição de vida". Está limpo.
