A polícia dinamarquesa anunciou hoje, domingo, a libertação de centenas de activistas que foram detidos durante as manifestações em Copenhaga para exigir um pacto global ambicioso para travar o aquecimento global do planeta.
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A polícia refere que apenas 13 das 968 pessoas detidas durante a manifestação continuam sob custódia judicial.
As forças de segurança interpelaram activistas no final da concentração, quando alguns deles começaram vandalizar edifícios no centro da cidade.
Quase mil pessoas foram detidas na sequência de diversos incidentes violentos durante manifestações à margem da conferência da ONU sobre o clima.
Entre os presos contavam-se cerca de 400 membros dos 'Black Blocks', um grupo autónomo violento, oriundo da Europa do Norte e já referenciado pelas autoridades europeias por ter causado distúrbios durante a última reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Estrasburgo.
Os incidentes na capital dinamarquesa, onde decorrem as negociações para encontrar um novo acordo sobre o clima, começaram pouco depois das 14:00 locais de sábado (13:00 em Lisboa), quando cerca de 300 encapuçados trajando de preto partiram montras e fachadas de bancos, atacando também o ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca.
Um elemento da polícia foi ferido na cara por uma pedrada e várias viaturas foram incendiadas durante os protestos, em que participaram cerca de 30.000 pessoas, segundo uma estimativa da polícia, 100 mil segundo a organização.
Tanto o programa oficial como os eventos organizados pelas ONG, interrompidos ao final da tarde de sábado, serão reiniciados segunda-feira e prosseguem até dia 18, altura em que será encerrada a maior conferência jamais realizada sobre as alterações climáticas, em que participam mais de 30 mil delegados.
A catedral de Copenhaga acolherá hoje um serviço ecuménico universal para pedir ajuda para a obtenção de um acordo, serviço no qual participarão o líder da igreja anglicana Rowan Williams, o arcebispo da África do Sul Desmond Tutu, a rainha Margarida II da Dinamarca e vários bispos e líderes eclesiásticos.
Além disso, um grupo de activistas designado Colectiva Climática anunciou que vai organizar uma acção para bloquear o porto comercial de Copenhaga e pedir resultados concretos nas negociações.