Mais de 13 mil vagas estão por preencher na primeira fase das candidaturas de acesso ao Ensino Superior. Em seis anos, o número de candidatos diminuiu em 20% e o de alunos colocados desceu 17,13% desde 2010.
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Apesar de o número de candidatos (42 408) ter aumentado 4,9% e o de estudantes colocados (37 778) ter subido ligeiramente (0,97%) em relação ao ano passado, quando se registaram 40 419 candidaturas e foram colocados 37 415 alunos, os dados dos últimos 12 anos evidenciam uma quebra na procura do Ensino Superior, deixando-o cada vez mais vazio nesta fase.
De acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), a taxa de colocações foi de 89%, inferior à do ano passado (93%), que fora a melhor desde 2003, enquanto a taxa de ocupação de vagas foi de 74% - a segunda mais baixa em 12 anos.
Ao todo, ficaram por preencher 13 168 vagas, num total de 50 820 disponibilizadas por 1067 cursos do sistema público de ensino universitário e politécnico público. Trata-se do segundo maior volume de bancos de faculdade vazios desde 2003, superado no ano passado (14 176).
Os dados evidenciam a quebra na procura do sistema, com menos 10 654 candidatos (-20%) do que o pico de 53 063 em 2008, e menos 7814 estudantes colocados (-17,13%) do que o ano mais produtivo, 2010, com 45 592 lugares preenchidos nesta fase.
Do total dos cursos, 495 (46,4%) ficaram completamente preenchidos e até superaram a oferta, respondendo por 29 817 (58,7%) das vagas colocadas e por 29 943 (79,3%) dos alunos colocados. Mas o número de cursos sem qualquer vaga preenchida foi de 73, correspondendo a 2075 lugares vazios.
As instituições do interior do país voltam a ser as mais afetadas. Só o Instituto Politécnico de Bragança ficou com 311 por preencher, seguindo-se o de Viseu, com 190, e o de Castelo Branco (188).
As engenharias e técnicas afins, as ciências físicas, as matemáticas, a agricultura, o ambiente e a informática, foram das áreas mais penalizadas, com níveis de procura inferior aos da oferta.
Por exemplo, cada vaga em informática foi procurada por apenas 0,22 alunos (201 para 900 lugares), enquanto a informação e jornalismo a procura (1558 candidatos em primeira opção) superou a oferta de 938 vagas, ou seja, 1,66 candidatos por lugar.
Mas a procura por áreas incidiu maioritariamente sobre a saúde (17,7% dos candidatos em primeira opção), as ciências empresariais (15,8%) e a as engenharias (13%), apesar das notas elevadas exigidas.
A medicina voltou a ser a área cuja nota do último colocado foi a mais elevada - 182,7, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (UPorto) -, seguida da engenharia aeroespacial (180), no Instituto Superior Técnico de Lisboa, e da arquitetura (179,5), na Faculdade de Arquitetura da UPorto.