O medicamento Parkadina, prescrito para os doentes com Parkinson e esgotado há mais de um mês, vai continuar fora das farmácias. O laboratório diz que o preço actual não é viável e defende o aumento de 7 para 20 euros. Mas a proposta não foi aceite.
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Confrontado com a falta deste fármaco na maioria das farmácias portuguesas, conforme denunciou a Associação Portuguesa do Doente de Parkinson (APDP), o administrador do laboratório que o comercializa anunciou, esta quinta-feira, à Agência Lusa, que "a Parkadina continua esgotada no mercado, sem previsão de reposição".
Segundo Joaquim Chaves, em causa está o preço do medicamento que, desde 2008, conduziu a prejuízos de mais de 350 mil euros para o laboratório.
Em 2008, esclareceu, a empresa produtora solicitou uma revisão excepcional de preço e, "até este momento, não teve resposta por parte do Ministério da Economia".
Aumentar preço de 7 para 20 euros
O Ministério da Economia desmente a falta de resposta e garantiu que, desde 2008, têm existido contactos entre o laboratório e a Direcção-Geral das Actividades Económicas (DGAE).
Fonte do gabinete do ministro da Economia reconheceu que existe um impasse e que este se deve ao facto da DGAE não aceitar a proposta do laboratório de passar de sete para 20 euros o medicamento em questão.
A mesma fonte disse que este medicamento custa cinco euros em França e dez euros na Grécia, países que servem de referência para Portugal, em matéria de definição de preços de medicamentos.
Perante este impasse, o Ministério da Economia adiantou que, entre as soluções possíveis, poderá estar a negociação com outras empresas que já manifestaram interesse em importar este fármaco.
Comparticipação de 90%
De acordo com o laboratório, "a reposição do produto depende exclusivamente da decisão do Ministério da Economia".
O administrador diz não compreender "a demora na decisão, uma vez que o ajustamento de preço proposto pela empresa cumpre os critérios legais".
"Acresce que a eventual substituição do produto por outro existente no mercado poderá duplicar ou triplicar o custo diário do tratamento, além dos transtornos para os doentes de Parkinson", concluiu a empresa.
O medicamento em falta é um antiparkinsónico, sujeito a receita médica e que pode, se aplicável, ser comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 90%.
Em Portugal, estima-se a existência de 20 mil portadores desta doença.