
Os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica vendidos fora das farmácias durante o primeiro trimestre do ano custaram mais 81 mil euros do que no mesmo período do ano anterior, segundo dados oficiais.
Dados do Infarmed indicam que, entre janeiro e março deste ano, os fármacos vendidos nos locais de venda de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) registaram um aumento de 1,2%, com mais 21 mil embalagens vendidas, face a 2012.
No mesmo período, e segundo o mesmo organismo, estas vendas foram efetuadas por mais 81 mil euros, o que representa um aumento de um por cento.
Nas farmácias, o volume de vendas aumentou 0,4%, com mais 235 mil embalagens vendidas, acompanhado de uma diminuição de 7,2% do seu valor (menos 50 milhões de euros).
Temas como o acesso aos MNSRM estarão em análise entre hoje e sexta-feira na 49ª Reunião Anual da Associação Europeia de Medicamentos de Venda Livre, que reúne centenas de especialistas nacionais e internacionais, em Lisboa.
Mafalda Araújo, vice-presidente da Comissão Especializada de Medicamentos de Venda Livre da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), disse à agência Lusa que este mercado "tem estado fundamentalmente estável nos últimos anos".
A venda destes fármacos nas parafarmácias representa 12 a 15 por cento do mercado, segundo Mafalda Araújo.
A dirigente da Apifarma ressalva que estes medicamentos são utilizados para tratamento de patologias não graves e durante um período curto.
Sobre a intenção do governo de criar uma "terceira lista" de MNSRM de venda exclusiva nas farmácias, Mafalda Araújo disse ter conhecimento de "uma intenção de discussão" sobre o tema, mas escusou-se a adiantar a posição da Apifarma sobre o assunto.
"A Apifarma não se manifesta nem interfere sobre canais de distribuição", disse.
Para a indústria, adiantou, a discussão deve passar por "disponibilizar mais categorias de medicamentos, numa distribuição mais alinhada com a realidade europeia".
Questionada sobre a hipótese de alguns MNSRM campeões de venda passarem a fazer parte dessa "terceira lista", Mafalda Araújo limitou-se a dizer que dos mesmos já "existe um tal histórico de utilização que seria difícil justificar uma medida deste tipo".
O diploma que possibilita a venda de MNSRM fora das farmácias foi publicado no Diário da República de 16 de agosto de 2005.
