Médicos vão ter formação específica em cuidados paliativos

O médico Pereira Coelho, em representação do bastonário da Ordem dos Médicos, falava no Parlamento, no âmbito do grupo de trabalho para a criação de uma rede de cuidados paliativos, independente dos cuidados continuados, contemplada num projeto de lei do CDS-PP.

Afirmando que a Ordem dos Médicos tem dedicado "especial cuidado e atenção" a este tema, Pereira Coelho manifestou-se consciente da falta de resposta para as necessidades existentes, nomeadamente a formação específica dos médicos nesta área.

"Vamos tomar em mãos o tema e começar com a formação. Tem de haver capacidade de resposta. Provavelmente temos de fazer um levantamento para saber quais os recursos disponíveis e começar com formação específica nesta área", afirmou.

Pereira Coelho defendeu a importância de "começar desde já a fazer cursos de formação", reconhecendo que não há grande adesão por parte dos médicos a este tema.

"Não há grande adesão por parte dos médicos aos cuidados paliativos, mas não tenho dúvidas de que quando for proporcionada formação específica nesta área, vão certamente responder a esse projeto", disse o responsável.

Esta formação deve começar nos cursos de Medicina, através da contratualização de pessoas com formação nesta área e que vão às faculdades de medicina lecionar esta matéria, considerou, argumentando que nesta fase não se requer ainda uma especialidade.

Confrontado pelos deputados sobre uma meta temporal, Pereira Coelho afirmou que ele própria irá desencadear o processo de formação, adiantando esperar ter uma "resposta objetiva a este tema dentro de três ou quatro meses".

O médico que introduziu a procriação medicamente assistida em Portugal fez um paralelismo desse tema com os cuidados paliativos, explicando que "tudo nasceu de forma natural e espontânea" e, aos poucos, foi-se desenvolvendo.