Ministro diz que orçamento reduzido da Fundação para Ciência e Tecnologia é "adequado"

Nuno Crato afirmou tratar-se de "um orçamento adequado à prossecução da ciência no país".

"Claro que todos gostaríamos que houvesse mais recursos para a ciência, mas estamos a proteger e a incentivar a boa ciência que se faz em Portugal, é essa a nossa grande preocupação neste momento", disse, em declarações aos jornalistas à margem da tomada de posse do novo conselho directivo da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

O novo presidente da FCT, Miguel Seabra, afirmou que é preciso "aumentar as formas de financiamento competitivo", concorrendo na Europa com "as melhores ideias" porque "é daí que virão fundos importantes para suportar as fantásticas iniciativas que se estão a fazer em Portugal.

Miguel Seabra, que terá que gerir os cerca de 300 milhões de euros de financiamento da Fundação - menos 39% que no ano passado - e as cerca de 11 mil bolsas científicas atribuídas, frisou que se pode "fazer muito com o mesmo financiamento, ou com um financiamento razoável".

"É altura de consolidar os avanços importantes das últimas décadas", defendeu, afirmando que lhe faz "aflição" que Portugal "não seja melhor" nos domínios científicos.

Na actividade da Fundação haverá mudanças no regime de candidaturas a financiamento, passando a aceitar-se candidaturas a projectos para manutenção de equipamento e outros recursos.

A FCT contará com os seus conselhos científicos para decidir o que financiar em cada área científica e será aberto um novo concurso para investigadores da Fundação, para "apoiar os melhores que estejam dispostos a trabalhar no sistema científico português e a aí se manterem", assegurou.

Quanto à relação da FCT com a comunidade científica, apontou uma "persistente falta de diálogo" e afirmou que "é importante informar e estabelecer bem as regras do jogo" no que toca às candidaturas a financiamento.