Ministro Mota Soares foi dar sangue e pediu dádivas regulares dos portugueses
O ministro da Solidariedade e Segurança social, Pedro Mota Soares, foi, este domingo, dar sangue em Lisboa num gesto que, afirmou, tem como intenção chamar a atenção para a necessidade de doações regulares em Portugal.
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"Muitos portugueses foram generosos e corresponderam ao apelo de dar sangue e senti que eu próprio devia juntar-me à vaga solidária", disse Mota Soares após ter dado sangue no Instituto Português do Sangue, no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa.
O ministro, que tinha dado sangue pela última vez em 2010, apelou aos portugueses para que façam esta acção "com carácter regular".
Após ter chegado ao hospital na sua 'scooter', o ministro dirigiu-se ao balcão de atendimento para fazer a inscrição. O responsável pela pasta da Solidariedade e da Segurança Social foi abordado por uma senhora que esperava a sua vez, queixando-se que o Estado "trata mal os dadores de sangue".
"Tiram-nos as regalias e quando precisam lembram-se de Santa Bárbara. Deviam ter um bocadinho mais de consideração", afirmou ao ministro, que se manifestou solidário com os tempos de espera das pessoas que aguardavam vez para doar sangue.
Na quinta-feira da semana passada, o presidente do Instituto Português do Sangue (IPS), Hélder Trindade, disse que as reservas de sangue dos grupos A e 0 negativos eram suficientes apenas para "dois ou três dias", apelando aos dadores de sangue para voltarem a doar, o que levou a que no final da semana as reservas aumentassem e fossem já suficientes para "nove dias", valor que no entanto era ainda insuficiente.
Já hoje, em declarações aos jornalistas no Hospital Júlio de Matos, o presidente do IPS pediu aos portugueses para manterem a dádiva de sangue durante todo o ano, para evitar picos seguidos de quebras que não beneficiam os 'stocks'.
Quanto aos motivos da quebra verificada na semana passada, o responsável disse que é habitual registar-se em Fevereiro, mas admitiu que este ano se intensificou.
Hélder Trindade afirmou ainda que o fim da isenção do pagamento das taxas moderadoras das urgências hospitalares pelos dadores pode também ter sido um motivo para a redução, mas destacou que estes cidadãos continuam isentos nos serviços primários e que se pretende sobretudo "dadores benévolos".
Segundo o presidente do Instituto Português do Sangue, desde o alerta aumentou o número de dadores mas ainda não é possível dizer se as reservas "são ou não suficientes", situação que a instituição que dirige vai "continuar a analisar nos próximos dias", afirmou.
Actualmente há em Portugal 370 mil dadores de sangue, um número considerado "confortável" pelo presidente do IPS, acrescentando que o Instituto "gosta de ter 'stocks' estáveis para 20 a 25 dias".
Contrariamente ao habitual, o IPS esteve aberto em Lisboa, Porto e Coimbra, podendo vir a estar também aberto no próximo domingo se for necessário continuar com as recolhas de sangue.