O ministro da Educação, Nuno Crato, disse, esta quarta-feira, no parlamento que a redução de custos na educação poderá passar pelo envolvimento das empresas no pagamento de estágios no ensino vocacional e profissional.
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"Estamos a discutir neste momento como podemos repartir este tipo de custos", afirmou o ministro quando questionado pelos deputados sobre o financiamento da educação.
Nuno Crato reafirmou que não está em causa o direito à escolaridade obrigatória quando questionado de que forma poderão os portugueses comparticipar mais este setor.
O ministro classificou de "tempestade num copo de água" as leituras retiradas das palavras do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em entrevista este mês à TVI, quando admitiu haver margem para uma maior participação dos cidadãos no financiamento do setor.
Crato referiu que o que o primeiro-ministro disse foi que há alguma margem de liberdade para ter um sistema de financiamento mais repartido entre os cidadãos e a parte direta assumida pelo Estado.
De acordo com Nuno Crato, tratou-se de uma afirmação genérica sobre a educação em geral, do ensino básico ao superior, passando pelo profissional e educação de adultos.
"Quando falamos de educação, falamos de muita coisa", declarou o ministro, escusando avançar pormenores sobre matérias em discussão.
Indicou, no entanto, que estão a ser discutidas questões como as empresas onde existem estágios profissionais virem elas próprias a assumir o pagamento desses estágios, em vez do Estado
"Queremos que os estágios sejam progressivamente pagos pelas empresas", declarou, reiterando que não está em causa a gratuitidade da escolaridade obrigatória.
Em resposta aos deputados, assegurou também não estar prevista qualquer alteração nas propinas do Ensino Superior.
Insistentemente confrontado pela oposição parlamentar, o ministro não revelou como serão feitos os cortes na educação, nem para 2013, nem para 2014, remetendo os deputados para a leitura dos documentos do Orçamento do Estado e para um debate futuro.
Sem resposta ficaram perguntas como onde serão feitos os cortes ou quantos professores e funcionários serão despedidos.
O ministro considerou que não foram feitas perguntas concretas e que o debate em torno de cortes para 2014 era prematuro.