O músico guineense Patche di Rima, atualmente a residir na Irlanda do Norte, lançou uma música para alertar os seus concidadãos sobre as formas de contágio com o vírus ébola.
Corpo do artigo
Patche di Rima disse à Agência Lusa que, como guineense, entende que deve dar a sua contribuição numa sociedade "onde ainda predominam costumes e práticas que colocam em risco a saúde".
A doença não tem cura, mas pode ser evitada com medidas de prevenção tais como lavar as mãos, não comer fruta sem a lavar, deixar de lado a carne de caça e ter cuidados no manuseamento de cadáveres, canta o artista em crioulo, considerando o flagelo um problema mundial.
Em refrão, Patche di Rima insiste em alertar para ninguém tocar em cadáveres de pessoas mortas do ébola.
"Cada guineense tem que fazer o que puder para ajudar o país na prevenção do ébola que deixou de ser um problema localizado para ser um problema mundial", diz o músico, que enfatiza a responsabilidade da classe na mudança das mentalidades.
Música junta artistas de língua portuguesa
Ainda em Bissau, onde se encontrava no passado mês de agosto, Patche compôs a música que foi analisada por dois elementos da equipa dos Médicos do Mundo e uma amiga enfermeira guineense que aprovaram o conteúdo do tema.
Já em Lisboa, o músico mostrou o tema à RTP-África com o intuito de passar a música naquele canal, mas por sugestão dos responsáveis a música terá uma versão em português juntando artistas de todos os países de língua portuguesa.
A ideia, que está ser coordenada pelo produtor musical guineense Juca Delgado, entusiasma Patche di Rima que, esta quarta-feira, segue de Dublin para Lisboa para dar corpo à iniciativa que poderá contar com as vozes de Stuart Sukuma (Moçambique), Lura (Cabo Verde), Paulo Flores (Angola) entre outros.
No futuro, Patche di Rima quer juntar vozes de "pessoas ilustres" da Guiné-Bissau residentes sobretudo em Portugal num apelo para a mudança de mentalidades.
A ideia é juntar futebolistas, músicos, académicos, médicos e estilistas, entre outros.
O músico diz que faz todo esse movimento sem esperar algo em troca, apenas contribuir para a mudança das mentalidades.