Uma nova concentração em frente ao Parlamento, uma "flash mob" e a participação no próximo protesto mundial de "indignados" são algumas das acções aprovadas, domingo à noite, em Assembleia Popular. Cerca de duas dezenas de 'indignados' permanecem, esta segunda-feira de manhã, reunidos junto à Assembleia da República.
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Cerca de duas dezenas de 'indignados' permanecem reunidos junto à Assembleia da República, disse fonte do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa.
Uma centena de pessoas estiveram reunidas, domingo, numa Assembleia Popular entre as 19 e as 23.30 horas, que decorreu em São Bento, sob o olhar atento das autoridades.
Maycon Santos, que escreveu a acta da Assembleia, destacou à Lusa três das propostas aprovadas: uma nova concentração, a participação de Lisboa num novo protesto mundial e a realização de uma "flash mob", ajuntamento breve de pessoas com o objectivo de protestar ou marcar posição.
A concentração, em frente à Assembleia da República, ficou marcada para "o dia da votação do Orçamento do Estado na generalidade", e será seguida de uma "Assembleia Popular, onde ficará definida uma outra concentração".
No domingo, a Assembleia Popular decidiu ainda que "caso se confirme um novo protesto mundial a 11 de Novembro, Lisboa também participa", e aprovou a realização de uma "flash mob", "na quinta-feira, em local a definir, em solidariedade com o movimento 'Ocuppy Wall Street' e com a greve que será convocada pelos sindicatos".
Apesar de a Assembleia Popular ter terminado por volta das 23.30 horas, no local mantiveram-se várias pessoas, sendo que algumas delas ficaram "a pernoitar, em vigília".
Maycon Santos não soube dizer se durante esta segunda-feira as pessoas irão manter-se frente ao Parlamento, nem se irão continuar a pernoitar por ali. "As pessoas são livres para fazerem o que entenderem", sublinhou, lembrando tratar-se de um movimento de cidadãos, sem líderes.
Durante a Assembleia, "foram formados vários grupos de debate que vão preparar as ações, nomeadamente a concentração no dia da votação do Orçamento do Estado".
O trânsito esteve cortado no troço da rua de São Bento, entre a Rua Nova da Piedade e a Calçada da Estrela, tendo entretanto sido restabelecido.
Domingo também foi dia de protesto
Durante o dia, cerca de uma centena de manifestantes concentrou-se este domingo em frente à Assembleia da República, no seguimento do protesto que decorreu no sábado em várias cidades de todo o mundo.
Dispostos em círculo, alguns sentados outros de pé, as pessoas, na sua maioria jovens, aguardaram o início da Assembleia Popular.
Junto às escadarias do Parlamento estiveram dispostos cartazes utilizados na manifestação de sábado, onde podiam ler-se frases como "Recibos Falsos, Precariedade Verdadeira", " Basta de Mentira", "Privatizem Isto" ou "Ordenado Mínimo para Políticos Já".
Sob o olhar atento de cerca de duas dezenas de polícias, os manifestantes comecaram a gritar "deixem-nos sentar", apelando a que os autorizem a ocupar a escadaria do Parlamento.
Dois manifestantes detidos
Ainda na vígilia de sábado à noite, dois manifestantes foram detidos por resistência e coação às autoridades.
De acordo com o responsável pelo destacamento policial presente na manifestação, o intendente Luís Elias, um rapaz e uma rapariga com cerca de 20 anos foram detidos no sábado, por volta das 22 horas, "por resistência e coação a agente da autoridade na sequência da linha de ordem pública feita para reocupar o espaço".
As autoridades, em coordenação com os organizadores do protesto, pediram para os manifestantes abandonarem as escadarias do Parlamento.
Os dois detidos devem comparecer na segunda-feira no Tribunal de Pequena Instância.