Nove turistas portugueses - oito mulheres e um homem - morreram e 19 ficaram feridos com gravidade hoje, quarta-feira, num acidente com um autocarro de turismo em Marrocos. Os turistas participavam num cruzeiro no paquete "Funchal" e estavam a caminho de Tétouan. As vítimas já foram todas identificadas. Os corpos serão transferidos sexta-feira para Casablanca e depois seguirão, de avião, para Portugal. O navio já deixou o porto de Ceuta em direcção a Lisboa.
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A morte dos turistas portugueses foi confirmada por fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que revelou ainda a existência de 17 feridos ligeiros.
Os corpos das vítimas mortais e os turistas feridos já foram todos identificados e as respectivas famílias foram contactadas.
O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, partiu para Marrocos para se inteirar, no local, da situação dos feridos que permanecem hospitalizados.
O acidente ocorreu à 8.20 horas (hora de Lisboa), junto a Fnideq (Castillejos), e envolveu um dos autocarros que circulavam em Marrocos em direcção a Tétouan. A maioria dos 488 passageiros a bordo do navio são de nacionalidade portuguesa, segundo informação do armador.
O "Funchal", o navio que transportava o grupo de turistas, saiu de Málaga em direcção a Ceuta, onde atracou. Os passageiros desembarcaram e seguiam em direcção a Tétouan. Um dos cinco autocarros - o que seguia à frente e é propriedade de uma empresa espanhola e que transportava 44 passageiros - que integrava o grupo despistou-se e caiu numa vala onde ficou virado.
O motorista, de nacionalidade espanhola, ficou ferido. De acordo com as autoridades, terá perdido o controlo do autocarro que se despistou devido à presença de óleo na estrada com o piso molhado.
De acordo com uma fonte da Polícia marroquina, citada pela agência France-Presse, na altura havia nevoeiro e caía uma chuva miúda o que poderá explicar o despiste.
Assistência tardou a chegar
Isabel Gomes, uma portuguesa que seguia num dos autocarros da excursão, queixou-se da demora da assistência, contando que o próprio hospital da região contactou a equipa médica do cruzeiro para auxiliar o atendimento aos feridos que foram transportados para o Hospital Hassan II, em Fnideq.
As autoridades marroquinas informaram, entretanto, que os feridos foram distribuídos pelos hospitais de Tétouan, Fnideq e M'diq.
Muitos passageiros - citados pela agência Lusa - queixam-se da falta de apoio imediato por parte das autoridades marroquinas. Alguns dizem que só três horas depois do acidente é que as ambulâncias começaram a chegar ao local.
Entre os feridos há um menino de 13 anos em estado grave que demorou cerca de duas horas a ser retirado do autocarro sinistrado.
Um hospital de campanha foi montado pelas autoridades espanholas junto ao paquete para receber os passageiros feridos. Dali é que os feridos mais necessitados de apoio eram transportados para o hospital.
Entretanto, a Secretaria de Estado das Comunidades relembra que as famílias que tenham pessoas no cruzeiro e que necessitem de obter informações podem contactar a linha de emergência consular através do 707 202 000.
Todos os passageiros estão cobertos por seguro de viagem, segundo informação do armador.